Além da situação de letargia que motivou uma espécie de “rebaixamento” da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Maranhão (OAB/MA) nos espaços de poder, há aspectos financeiros que mostram uma situação ainda pior nas contas da entidade: um suposto rombo que cresce num ritmo quase duas vezes mais rápido que a arrecadação.
O mais grave nisso tudo é que relatórios disponíveis no site da OAB/MA, referente ao balanço financeiro de 2021, de responsabilidade da gestão do tesoureiro Kaio Saraiva e do presidente Thiago Diaz, apontam para uma série de suspeitas sobre receitas e despesas.
O diagnóstico realizado pelo blog revela uma variação inconsistente em alguns dados. Nos dois primeiros meses do ano, por exemplo, a arrecadação nos cofres da entidade ficou acima dos R$ 2,5 milhões. No entanto, nos meses seguintes, misteriosamente, a receita despencou consideravelmente e provocou um rombo mensal que varia entre R$ 275 mil a R$ 700 mil.
Valor com as taxas pagas anualmente também foi mais de R$ 2 milhões em fevereiro
As consequências do déficit, neste caso, podem motivar os atrasos nos pagamentos dos funcionários e fornecedores da maior instituição da advocacia maranhense. Os dados sobre balanço financeiro, entretanto, não revelam detalhes sobre os problemas de insuficiência de caixa.
De acordo com levantamento, de março a setembro deste ano, a OAB-MA vem gastando mais do que arrecada no mês. Em janeiro, por exemplo, o total arrecadado foi de R$ 2.586.416,07, incluindo anuidades, infrações, receitas de serviços e receitas diversas.
Nesse mesmo mês, a Ordem pagou em despesas um total de R$ 1.534.102,56, gerando um superávit de R$ 1.052.313,51. Os gastos incluem folha de pessoal, capacitação, despesas gerais, outras despesas, cotas estatutárias e custos com subseções.
Os dados sobre receita e despesa foram semelhantes em fevereiro quando a entidade arrecadou R$ 2.677.338,88 e gastou R$ 1.214.450,91, gerando um lucro líquido de R$ 1.462.887,97. Ocorre, entretanto, que a partir do mês de março, a situação financeira da Seccional maranhense mudou.
Em junho, foram arrecadados R$ 560.901,05, mas foram gastos R$ 836.290,47, gerando um déficit no valor de R$ 275.389,42. Já no mês de setembro, entraram nos cofres da entidade a bagatela de R$ 887.698,97 e saíram algo em torno de R$ 1.593.815,38, alcançando um rombo de R$ 706.116,41 no mês.
Os números constam do balancete mensal que a entidade disponibiliza em sua página. Ocorre, entretanto, que é preciso destrinchar os dados para conhecer a real situação das finanças, pois o site de transparência da instituição não disponibiliza as informações detalhadas, muito menos as notas das despesas.
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