Braide admite que teve apoio de adversários em 2020, mas sua postura ‘neutra’ pode não ajudar alguns deles (Foto: Reprodução)

Ao explicar os motivos pelo qual ainda não se posicionou a respeito da disputa pelo Governo do Maranhão em 2022, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), acabou revelando que sua neutralidade também é constituída de uma posição política.

Durante entrevista ao programa Ponto Final, da Mirante AM, no dia 30 do mês passado, Braide reconheceu, pela primeira vez, que nomes postos na disputa o ajudaram na eleição para prefeito, e que, por isso, vai esperar mais para tomar uma posição.

Alguns dos nomes não mencionados pelo atual gestor da capital foram o senador Weverton Rocha (PDT) que levou seu partido, e o DEM, para uma aliança aberta com Braide no 2º turno da eleição de 2020; e o ex-prefeito Edivaldo Júnior (PSD) que deixou, naquela ocasião, de seguir o grupo do governador Flávio Dino (PSB) no apoio da Duarte Júnior (PSB), numa postura que, para muitos, foi uma mostra de que ele preferia a candidatura do oposicionista.

“Se você perceber, eu tenho nomes que estão postos aí, que mais de um nome me ajudaram na eleição de prefeito (sic). Então, eu não posso ser injusto com ninguém. Isso é algo que vai ter que ser dialogado, conversado com todo mundo, e vai chegar o momento certo”, destacou.

O problema, entretanto, é que como destacamos logo no início do texto, a neutralidade do prefeito ludovicense é constituída de uma posição política que acaba favorecendo mais o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que o próprio senador Weverton, apontado como o principal concorrente do tucano na eleição deste ano.

Enquanto Brandão recebeu apoio pessoal do governador Flávio Dino (PSB), Weverton aguardava a posição de Braide – adversário direto do socialista – para tentar equilibrar o jogo que poderá ter seu desfecho no final deste mês. Como a manifestação não veio, a postura do prefeito foi entendida com a que foi adotada por Edivaldo em 2020.

Independente do apoio ou não de Braide, Edivaldo tem um lastro eleitoral na capital. No entanto, a aliança com seu sucessor no Palácio de La Ravardière, sede da prefeitura ludovicense, seria mais na seara da estrutura de campanha visando ganhar densidade eleitoral no interior do estado, como o próprio Edivaldo fez em relação a Flavio Dino na disputa de 2014, na qual o socialista sagrou-se vencedor do pleito.

Ao final do bate-papo sobre o assunto, Braide voltou a demonstrar que os motivos por trás da tese de ficar “neutro”, estaria mais na casa de interesses pessoais, principalmente, numa futura parceria com Brandão, que deve assumir no próximo mês de abril, o comando do Palácio dos Leões, edifício-sede do governo maranhense.

“Qualquer gestor que comece agora uma discussão em relação a 2022 pode, inclusive, atrapalhar a própria administração. Acho que o foco agora é cuidar da cidade, cuidar das pessoas que é o que eu tenho feito. A eleição será só em outubro do ano que vem [deste ano]. Então, eu acho que temos muito tempo para sentar e discutir e, realmente, apontar o caminho que, no nosso entendimento, será o caminho melhor para São Luís e nosso Estado do Maranhão”, concluiu.

Em tempos de desinformação e pandemia, o blog do Isaías Rocha reforça o compromisso com o jornalismo maranhense, profissional e de qualidade. Nossa página produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.