Em 2022, saberemos se Brandão vai virar estatística ou será o próximo protagonista (Foto: Reprodução)

O vice-governador Carlos Brandão (PSDB) vive grande momento no cenário político do Maranhão e, mais do que nunca, demonstra que se tornou uma peça importante no grupo liderado pelo governador Flávio Dino (PSB), algo que ele sempre buscou desde 2014, quando foi eleito pela primeira vez na chapa encabeçada pelo socialista.

Mas nem tudo é motivo de comemoração para o tucano, já que existe uma preocupação com as ações judiciais que podem levar à cassação da chapa no TSE. Além disso, outro velho problema passou atormentá-lo: a curta trajetória dos vice-governadores que assumiram o poder no Maranhão ao longo do período republicano, com seus 132 anos.

Com base nesse histórico, é seguro afirmar que não será nada fácil apresentar como bom presságio para o que vem pela frente, pois desde o advento da República, em 15 de novembro de 1889, onze vice-governadores comandaram o Maranhão após renúncia do titular, mas apenas um se reelegeu.

Vice The Flash

O primeiro caso envolvendo a ascensão de um vice-governador ocorreu com Augusto Olímpio Gomes de Castro, que foi nomeado no cargo de titular, no dia 7 de julho de 1890, em substituição ao então governador José Tomás da Porciúncula. Permaneceu à frente do governo maranhense até o dia 25 do mesmo mês, quando foi substituído pelo novo chefe do executivo, o capitão-tenente Manuel Inácio Belfort Vieira.

Depois dele, pelo menos dez governadores foram substituídos no cargo pelos companheiros de chapa, mas destes destaques para Antônio Dino, entre maio de 1970 a março de 1971, em substituição a José Sarney que renunciou ao cargo, após um período entre fevereiro de 1966 a maio de 1970.

Boca de confusão

Na década de 90, João Alberto de Souza assumiu o comando do Palácio dos Leões, entre abril de 1990 a março de 1991, após Epitácio Cafeteira renunciar ao cargo para eleger-se senador. Diferente de outros vices, João Alberto enfrentou uma grande controvérsia no exercício do mandato ao eleger-se prefeito de Bacabal em 1988. Tudo porque, ao invés de renunciar, ele adotou uma “solução intermediária” ao pedir licença da vice-governadoria para assumir a prefeitura de Bacabal, cidade a qual administrou no primeiro semestre de 1989.

Após o prazo, renuncia à prefeitura e reassume o mandato de vice-governador. Quando Epitácio Cafeteira abdicou da função para disputar o Senado em 1990, o governo foi entregue a João Alberto, mas este foi destituído do cargo pela Assembleia Legislativa cujo presidente, Ivar Saldanha, foi empossado governador.

Em meio à conflagração instaurada, João Alberto cercou o Palácio dos Leões ordenando o uso de força letal contra invasores e ele próprio permaneceu no gabinete armado com um revólver à espera de um confronto que não houve. Tal impasse foi solucionado pelo Tribunal de Justiça do Maranhão, mediante uma liminar em favor do governador até a posse de Edison Lobão em 15 de março de 1991.

Outro sem reeleição

José de Ribamar Fiquene, também ascendeu ao cargo de governador entre abril de 1994 a janeiro de 1995, após o então governador Edison Lobão renunciar para disputar o Senado em 1994. Assim com os vices antecessores que viraram governadores, Fiquene assume o comando do Estado, mas também não disputa a reeleição.

Único protagonista

Ao longo destes 132 anos de República, o engenheiro civil José Reinaldo Tavares foi o único protagonista. Ele assumiu em abril de 2002, após Roseana Sarney abdicar do cargo para disputar o Senado no pleito do mesmo ano. Desde então, Zé Reinaldo passou a ser o único caso de vice que assumiu o governo, foi reeleito e ficou até o fim mandato em 1º de janeiro de 2007, não renunciando para concorrer ao Senado e impedindo que seu vice Jura Filho pudesse assumir a titularidade do cargo.

Previsões e análises

Associado a tudo que foi dito acima, ainda temos as recentes pesquisas que insistem em jogar contra as pretensões de Brandão. Logico que isso não passam de previsões e análises, mas todas podem se confirmar, salvo pela frieza dos números, que não condizem com a natureza da política.

É com base nesse histórico, que os rivais do tucano insistem em manter suas candidaturas. Alguns deles, inclusive, devem anunciar novidades no próximo 14 de agosto, data em alusão ao Dia Nacional do Cardiologista.

Coincidentemente, cardiologista é o profissional da especialidade médica que cuida do diagnóstico e do tratamento de doenças e disfunções relacionadas com o coração.

Até o momento o blog não sabe o que será anunciado. No entanto, temos uma certeza: ano que vem, saberemos se Brandão – assim que assumir o governo e disputar a reeleição – vai virar estatística ou será o próximo protagonista.

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