Na crítica contra a CPI dos Combustível, o idiota bate no peito e proclama seu estado superior de estupidez (Foto: Reprodução)

Nunca houve, nem sequer na galeria de personagens do romancista Nelson Rodrigues, uma criatura capaz de canalhices no patamar dos críticos da CPI dos Combustíveis, instalada na Assembleia Legislativa do Maranhão em março para apurar o aumento abusivo dos preços dos combustíveis em São Luís. Nem mesmo o Werneck, o inescrupuloso ricaço da peça “Bonitinha, mas ordinária”, seria comparável.

De forma mesquinha, alguns destes críticos – incluindo deputados – ignoram o fato de que a mesma Assembleia Legislativa já realizou apuração semelhante em 2014 e chegou a constatar denúncias sobre prática de cartel em postos de combustíveis motivando, inclusive, condenação de alguns envolvidos junto ao Cade.

As críticas negativas e destrutivas podem ser uma máscara da inveja política em alguns casos, ou seja, quando alguém obtém êxito em pouco tempo, pode ser alvo de inveja disfarçada de crítica, conforme veremos mais abaixo.

Na CPI de 2014, por exemplo, o colegiado que era presidido pelo deputado Othelino Neto (PCdoB), apontou para a formação de cartel na capital. Tanto que na época, o empresário Jean Fábio Ramos, representante legal do posto Makro, admitiu a existência de um alinhamento de preços de combustíveis nos postos da cidade.

Naquele período, muitos deputados como Neto Evangelista (hoje no DEM) que era membro suplente da comissão, chegaram a destacar a importância do colegiado na apuração da suposta cartelização entre os postos de combustíveis da cidade.

O entendimento, entretanto, mudou com a ascensão meteórica do advogado Duarte Júnior na política e com a escolha deste para presidir a nova CPI dos Combustíveis, após as eleições de 2020, quando o primeiro foi derrotado pelo segundo na disputa pelo segundo turno na capital.

Uma fábula de autor desconhecido conta que certa vez uma cobra perseguia um vaga-lume. Ele fugia com medo, mas a predadora continuava perseguindo-o, sem desistir. Após fugir por três dias, a cobra estava prestes a devorar o vaga-lume, que então perguntou a ela por que queria devorá-lo, já que ele não pertencia à cadeia alimentar dela. A serpente então respondeu que o motivo pelo qual iria comê-lo, era porque ela não suportava vê-lo brilhar.

Às vezes, como já destaquei em outras oportunidades, tenho a sensação de que essa fábula esteja ocorrendo na Casa do Povo entre Duarte e alguns de seus colegas de plenário que não conseguem conviver com o brilho do jovem parlamentar e tentam ofuscar seu protagonismo por estarem incomodados com o sucesso dele nas urnas em 2018 e 2020.

Talvez isso possa explicar a polêmica sobre ‘palanque político’ por trás de tudo que Duarte esteja envolvido no Legislativo estadual. Mas a atitude dos seus pares é uma crítica ou inveja?

Comparar o trabalho que a CPI fez ou faz para impedir alinhamento de preços dos combustíveis, à palanque político, é, no mínimo, canalhice. Reduzir as investigações do colegiado a uma mera briga política é um argumento rasteiro. Nessa “guerra” chula de narrativas, o que menos importa é o direito do consumidor.

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