Entrevista/ Fábio Câmara
O vereador Fábio Rogério Barbosa Câmara, mais conhecido por Fábio Câmara, nasceu em 9 de setembro de 1972, no povoado de Coroatá, município de Cajari-MA. Filho de José Ribamar e Firmina Barbosa Câmara, Fábio foi casado com Flávia Abreu, com quem teve sua primeira filha, Yanca Abreu Câmara. Estudou no Liceu Maranhense, onde concluiu o ensino médio em 1989. Em 1991, serviu a Marinha do Brasil, na Base Naval de Val De Cans, em Belém-PA. É acadêmico em Administração na Faculdade Pitágoras, suplente de deputado estadual e vereador de São Luís.
A trajetória política de Fábio começou em 2008, quando disputou uma vaga de vereador nas eleições daquele ano pelo PMDB. Mesmo com 3.856 votos, ele não se elegeu, mas mostrou força eleitoral surpreendente na capital maranhense.
Em 2010, foi nomeado pelo secretário de Estado da Saúde, José Márcio Leite, como gestor de Saúde da Região Metropolitana da Grande São Luís.
Em 2012, voltou a disputar as eleições onde foi eleito vereador com 6.959 votos, contando com o forte apoio do eixo Centro/Madre Deus, sua principal base eleitoral.
Em 2014, diante de um histórico de luta contínua, sempre em defesa das causas sociais, disputa sua primeira eleição para deputado estadual, obtendo 15.284 votos, ocupando a sexta suplência. Ele não foi eleito – mas obteve dentro de São Luís uma votação de quase 12 mil sufrágios, saindo como o 7º mais votado na capital do estado.
Na Câmara Municipal de São Luís, Fábio mantém uma implacável oposição a atual administração municipal. Atualmente é o presidente da Comissão de Transporte, Comunicação, Energia e Segurança. Na última quarta-feira, concedeu a seguinte entrevista ao nosso editor-chefe, Djalma Rodrigues. Veja a íntegra da entrevista:
ATOS E FATOS- Porque o senhor quer ser prefeito de São Luís?
FÁBIO CÂMARA – Eu quero ser prefeito de São Luís porque descobri, como vereador e como cidadão ludovicenses, que há muito mais para ser feito por nossa cidade e pela nossa gente do que tem sido feito pelo poder executivo na última década perdida e que ultrapassa a competência do poder legislativo. E só para exemplificar o que digo, cito como mau exemplo o que se verifica na Educação. No governo João Castelo ocorreu uma greve que se estendeu por mais de 100 dias. No desgoverno do Edivaldo piorou! Já estamos no segundo movimento paredista. A primeira paralisação durou mais de 100 dias e a atual parece se encaminhar no mesmo triste rumo. Conclusão: Mais de um ano letivo inteiro foi roubado, no passado e no presente do futuro de nossas crianças.
ATOS E FATOS- O senhor, o ex-vereador João Bentivi, pré-candidato pelo PHS, sua colega Rose Sales e o deputado Wellington do Curso, firmaram o pacto para estas eleições. Este pacto se manterá de pé e o que ele realmente consiste?
FÁBIO CÂMARA – O nosso acordo é o de estarmos em sintonia no sentido de não permitirmos que o prefeito Edivaldo se reeleja. São Luís não merece e não aguentará mais 4 anos de retrocesso. Apesar de termos diferenças pontuais no que se refere a plataformas de gestão e de representação de grupos políticos, entendemos que é possível e necessário caminharmos juntos naquilo que nos aproxima – A elevação do padrão de gestão da capital do Maranhão. Assim, movidos pelo ideal de unidade na adversidade, seremos candidatos distintos, porém, unidos contra a reeleição do atual prefeito.
ATOS E FATO -O senhor está há 3 anos e meio na Câmara, este é o seu primeiro mandato. Qual é a auto avaliação e quais suas principais propostas durante este período?
FÁBIO CÂMARA – Desde o meu primeiro dia de mandato decidi ser um fiel fiscalizador do exato e legal cumprimento do bom exercício da gestão da coisa pública. No Brasil temos lei pra tudo e o que a grande maioria dos “gestores” cumprem é quase nada. O volume de recursos desviados, diariamente denunciados nos escândalos que se sucedem, é a prova de que dinheiro há. O que não há é punição exemplar para os corruptos e nem caráter e compromisso moral destes com o fazer o que é correto e legal. O fato de o meu nome ter surgido espontaneamente nas pesquisas de opinião pública para a disputa da prefeitura de São Luís e´, no meu entendimento, uma prova de que o povo de São Luís está avaliando positivamente a nossa ação parlamentar e que espera de nós um algo a mais na direção de poder fazer mais pela nossa cidade.
ATOS E FATOS- Uma de suas bandeiras na Câmara tem sido a questão do transporte público, cuja comissão temática o senhor é presidente. A Prefeitura realizou licitação para o setor, houve reação, mas a Justiça manteve o processo licitatório. Está tudo correto em torno do assunto?
FÁBIO CÂMARA – Até hoje criticam ao ex-prefeito João Castelo por ter, às vésperas da eleição de 2012, ter feito rodar o tal VLT do terminal da integração até o mercado do peixe. Pois bem! O VLT do prefeito Holandinha é a tal da “licitação do transporte coletivo de São Luís”. Feita a facão; questionada na justiça do início ao quase fim; sem promover absolutamente nenhuma mudança real na vida dos usuários do sistema (as mesmas péssimas empresas e seus serviços de igual qualidade de sempre permanecerão) e o que é pior, tentando enganar mais uma vez à população e nas vésperas da eleição. Mesmos modus operandi! Holandinha é a cara do novo com o corpo e as mesmas práticas velhas.
ATOS E FATOS- Desde o início do mandato, o senhor tem sido muito duro com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Nunca houve oportunidade para uma trégua, embora que temporária?
FÁBIO CÂMARA – Não é o Fábio Câmara que é duro com o prefeito! É o Sr. prefeito que foi e é duro para com a nossa gente. Não pode haver trégua para quem muito pouco faz em favor do povo. E para mim, sempre que me for oferecido optar entre o povo e o poder, optarei, sem duvidar, em favor do poder do povo. Pela lógica corrente do “poder pelo poder”, o mais esperado seria que eu buscasse a minha reeleição de vereador. Porém, se o povo nos faz o chamado, ainda que diante de um possível sacrifício de um mandato, como quem sempre soube ser um bom soldado, obedeço e vou cumprir a missão.
ATOS E FATOS – Nesse cenário de crise, qual seria sua plataforma, caso chegasse à prefeitura de São Luís?
FÁBIO CÂMARA – Desde que eu me entendo por gente que ouço falar em crise. Crise houve, há e sempre haverá. Só que a principal e mais grave de todas elas é a crise moral dos governantes. Com crise ou fora dela, você sempre terá bons exemplos de bons gestores fazendo coisas boas pelo povo. Na nossa gestão pretendemos inverter a lógica do tradicional e já desacreditado “se eleitor for!” A maioria dos candidatos promete o que irão fazer e, chegando lá, não fazem. Eu vou optar pelo compromisso de garantir o que não irei fazer. É possível e necessário enxugar a máquina pública, otimizar a administração, planejar e executar de modo sistematizado, priorizar a produção e a economia local sem perder de vista a força das possibilidades dos empreendimentos nacionais e internacionais. Focar no turismo em suas diversas modalidades e assegurar a sua implementação na grande Ilha primando pela qualificação pessoal e ambiental potencializando a nossa cultura pujante, nossa culinária única e a nossa história e geografia singulares.
ATOS E FATOS- A deputada Andréa Murad também se manifestava como pré-candidata a prefeita de São Luís pelo PMDB. Na última semana, entretanto, anunciou apoio à sua pré-candidatura. Fala-se muito ainda, num rompimento do senhor com o ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad. O que realmente houve entre vocês dois?
FÁBIO CÂMARA – O gesto da deputada Andrea Murad é uma demonstração de maturidade e de fidelidade partidária. Grande parlamentar e notável pela condução firme e corajosa do seu mandato, intransigente na cobrança daquilo que entende ser o melhor para o povo do Maranhão, a deputada Andrea Murad somará decisivamente conosco na construção de uma outra São Luís possível e urgentemente necessária. Quanto a essa questão de rompimento entre eu e o deputado Ricardo Murad a única coisa a dizer é que eu tive a honra de ter sido seu assessor junto à Secretaria de Estado da Saúde e com ele ter aprendido muito sobre a condução desta pasta e que, uma vez eu eleito vereador de São Luís, rompemos os laços funcionais sem, contudo, jamais termos quebrado o respeito recíproco. E o que disto extrapolar ou for especulado não passará de folclore ou coisa de menor importância.
ATOS E FATOS – O prefeito Edivaldo Holanda contabiliza apoio de algo em torno de 14 partidos para a sua reeleição. A Eliziane Gama já tem anunciado o engajamento de PSDB e provavelmente o PSB. O DEM está com Edivaldo. Lhe pergunto: quem engrossará as fileiras de apoio ao PMDB?
FÁBIO CÂMARA – O PMDB tem uma grandeza histórica que fala por si só. Entretanto, não se faz política sozinho. Neste sentido estamos mantendo contatos diversos com partidos como o PV, o DEM e com o PR. Vale ainda ressaltar que esse momentâneo apoio de 14 partidos à candidatura do Edivaldo, dificilmente se manterá. O prefeito promete e não cumpre. Edivaldo tem a maior rejeição junto à população e, assim como o povo, a classe política tende sempre a se afastar de quem não inspira confiabilidade. Estamos apenas no início da caminhada e eu posso afirma, sem medo de errar, que eu tenho muito mais resistência para caminhar entre o povo do que o prefeito Holandinha.
ATOS E FATOS – Seu grupo político está fora do poder e respira agora por conta da presidência interina do Michael Temer. O que o senhor enxerga no horizonte político para esse agrupamento. Chegou realmente o fim da era Sarney e seus aliados?
FÁBIO CÂMARA – Eu entendo que pelo sobrenome Sarney, melhor e com muito mais propriedade, responde a governadora Roseana Sarney através de todas as obras que materializou em São Luís e no Estado do Maranhão. Se retirarmos todos os elevados, as grandes vias da cidade, o Viva Cidadão e os Vivas culturais, o Meu Primeiro Emprego e as escolas, hospitais e UPAs construídas e deixadas em perfeita operação. Pelos Sarneys, melhor responderia o Ministro Sarney Filho, reconduzido a um segundo exercício desse mesmo ministério dada a sua excelente performance ali afirmada quando da sua primeira gestão. E, ainda falando em nome não do fim mas da renovação dos Sarney, ninguém melhor para se manifestar do que o jovem deputado estadual Adriano Sarney, que pela sua jovialidade etária e de pensamento e postura, revela vigor e competência técnica e política para ir ainda muito mais além. Eu sou Fábio e o meu sobrenome é Câmara e tenho o maior orgulho de pertencer a um grupo político que tem no seu currículo a construção das universidades Federal e Estadual do Maranhão, a construção de todas as BRs que cortam o nosso estado, o Porto do Itaqui e tudo o mais que compõe a infraestrutura que temos. Não se pode falar em transição brasileira da ditadura para a abertura democrática sem reconhecer o toque e as grandes ações do presidente da República José Sarney. Ministério da Cultura – José Sarney. TV Câmara e TV Senado – José Sarney. Intranet e Portal da Transparência além de ser o introdutor, no contexto das discussões políticas nacionais do conceito de “inclusão social”. Quero ser prefeito de São Luís porque entendo que esse é um momento único para a nossa cidade de ter um prefeito filiado ao mesmo partido do presidente da República. E vamos combinar que ser correligionário do presidente da República é muito mais significativo do que ser apenas mero “conselheiro da presidenta”. Ao lado de deputados como o Hildo Rocha (federal) e Andrea Murad (estadual) e dos senadores Lobão Filho e João Alberto e, o que é mais importante, resgatando a confiança e a atitude corajosa da nossa gente, nós daremos para São Luís, novos rumos e novos ares de progresso sustentável.