A greve dos bancários no Maranhão completa um mês nesta quarta-feira (5) e segue sem previsão de término. Na capital, 100% das agências de bancos públicos aderiram à greve. Nos bancos privados, a paralisação é parcial. A categoria paralisou as atividades no último dia 6 de setembro com uma mobilização na Praça Deodoro, Centro da capital maranhense. Eles reivindicam reajuste salarial e maior participação nos lucros da instituição.

O que se comenta nas agências bancárias é que, mesmo com alguns serviços sendo oferecidos em caixas eletrônicos, as operações são ineficientes. Quem confirma isso é a funcionária pública Luzia Rocha. Além da dificuldade em resolver pendências, ela reclama da grande quantidade de pessoas usando os terminais.

Paralisação dos bancários no Maranhão completa 30 dias (Foto: Robert Oliveira/G1)

“Eu até consigo resolver meus problemas, mas tem uns horários que é praticamente impossível. O ruim é que fica muito congestionado aqui dentro. Para sacar o dinheiro é uma luta muito grande, e fora que os serviços não são tão eficientes”, relatou.

O trabalhador autônomo José Laurindo conta que acha legítimo o movimento grevista, mas apela para que a população não sofra consequências. “Eu acho bom eles se manifestarem, é um direito, mas fica claro que quem sofre as consequências é a população, que não tem nada a ver com isso. Se pelo menos os caixas eletrônicos funcionassem normalmente, mas nem isso acontece”, queixou-se.

O Sindicato dos Bancários do Maranhão (SEEB-MA) informou ao G1 que reuniões são feitas diariamente pelo comanda de greve para avaliar o movimento. Segundo o presidente do SEEB-MA, Eloy Natan, uma reunião de negociação foi solicitada pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban) e será realizada na tarde desta quarta-feira.

“Hoje teremos uma reunião com a Fenaban para discutirmos as propostas. Vamos avaliar com o comando e discutir sobre o futuro da greve. Até agora, a greve continua sem previsão de término”, declarou.

Reivindicações
De acordo com o Seeb-MA, a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) – braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) – foi rebaixada para 6,5%, o que é considerado abaixo do índice de inflação do período estipulada em 9,31% pela categoria. Além do Seeb-MA, sindicatos do Rio Grande do Norte e de Bauru reivindicam juntos reajuste de 28,33%, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 25% do lucro líquido linear, isonomia e a reposição das perdas salariais acumuladas.

Segundo o Seeb-MA, em rodada de negociação realizada no dia 29 de agosto, em São Paulo, a Fenaban apresentou a proposta rebaixada, com o reajuste, o salário de ingresso de caixa e tesoureiro passaria de R$ 1.802,48 para R$ 1.919,64 e o auxílio-refeição de R$ 29,64 para R$ 31,57, segundo o sindicato.

Greve em 2015
A última paralisação dos bancários ocorreu em outubro de 2015, com duração de 21 dias. À época, a maioria da categoria aceitou a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste salarial de 10%, aplicáveis aos salários, benefícios e participação nos lucros, além de correção de 14% no vale-refeição e no vale-alimentação.