O ex-secretário da Casa Civil do Maranhão, João Abreu foi preso na tarde desta sexta-feira (25), quando desembarcava no aeroporto Hugo da Cunha Machado, em São Luís. Ele retornava de São Paulo para se apresentar à polícia do Maranhão. João Abreu teve a prisão decretada pela a Justiça, após indiciamento com base no processo que apura suposto pagamento de R$ 3 milhões em propinas para garantir que o governo estadual fizesse o pagamento no valor de R$ 134 milhões à empresa Constran-UTC Engenharia.
Além de João Abreu, foram indiciados pela Polícia do Maranhão, o doleiro Alberto Youssef, Rafael Ângulo Lopes, Adarico Negromonte e o corretor Marco Antonio Ziegert que, segundo a polícia, seria o elo entre Youssef e o governo do Maranhão.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, foram necessárias três viagens de Negromonte e Ângulo a São Luís, a pedido de Youssef, para o envio do dinheiro vivo, que teria sido escondido no próprio corpo. O documento revela também que o secretário havia reclamado da falta de R$ 1 milhão, o que teria motivado a viagem de Youssef a São Luís. O doleiro foi preso pela Polícia Federal em 17 de março de 2014, em um hotel na capital maranhense.
Também investigado pela Polícia Civil do Maranhão, o doleiro Alberto Youssef teve a prisão decretada pelo juiz estadual, Osmar Gomes Filho, mas como já se encontra recolhido na Superintendência Regional da Polícia Federal do Paraná, será apenas notificado e permanecerá em Curitiba, pois responde a mais processos naquele Estado.
A Seic busca cumprir ainda o mandado de prisão contra o corretor Marco Antonio Ziegert que, segundo a polícia, seria o elo entre Youssef e o governo do Maranhão.
Segundo o delegado-geral, Augusto Barros, o ex-secretário João Abreu foi levado para a Superintendência de Investigação Criminal (Seic), onde prestará depoimento.
Relembre o caso
João Abreu havia sido indiciado pela Polícia Civil do Maranhão por corrupção. Segundo a investigação, que ocorre em segredo da Justiça, ele teria recebido R$ 3 milhões em propinas para garantir que o governo estadual fizesse o pagamento no valor de R$ 134 milhões à empresa Constran-UTC Engenharia.
Quando do seu indiciamento no dia 10 de agosto, o ex-secretário João Abreu afirmou ao G1, por meio de nota, que “a sua inclusão no processo era indevida, e negou, veementemente, ter recebido propina de qualquer valor, fosse do doleiro Alberto Youssef, fosse de qualquer outra pessoa ou fonte, no exercício do cargo de Secretário de Estado ou em razão dele”