O Estado – O prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT), iniciou o último ano de mandato com sinais de instabilidade em sua base na Câmara Municipal. Sem muito diálogo com os parlamentares, o pedetista tem relação política desgastada com parte dos vereadores que o apoiam e pode chegar ao período eleitoral com uma bancada menor no Parlamento, em relação à que terminou o ano legislativo de 2015.

Na edição de ontem, O Estado ouviu o primeiro vice-presidente do Legislativo, vereador Francisco Carvalho (PSL), que demonstrou insatisfação em relação à postura adotada pelo prefeito para com os par tidos que o apoiam.

Carvalho disse que Edivaldo não discute política, não trata da eleição que se aproxima e parece desmotivado em relação a toda e qualquer discussão sobre a formação de alianças para o pleito.

“O que eu falei para o Sérgio Fro ta [deputado convidado a se filiar no PSL] e a todos com quem tenho conversado é de que queremos continuar honrando com o compromisso firmado com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Mas está mui to difícil. O prefeito está afastado, não conversa sobre política e sobre absolutamente nada. Está muito difícil continuar desta forma”, disse.

Carvalho revelou ter recebido, em sua residência, o pré-candidato a prefeito, Bira do Pindaré (PSB), para tratar da sucessão do pedetista no Poder Executivo. Um detalhe interessante em relação à visita diz respeito ao fato de Bira ter sido levado a Carvalho pelo vereador Honorato Fernandes (PT), ex-líder do Governo Municipal na Câmara. No início do ano, em entrevista a um blog que faz a cobertura política na quecapital, Honorato afirmou que o PT permanecia na base do prefeito. Apesar disso, Honorato já trabalha pela pré-candidatura de Bira do Pindaré.

PARTIDOS
Além de ver o afastamento do PSL e do PT na Câmara de Vereadores, Edivaldo Holanda Júnior também pode ter dificuldades com outras siglas, a exemplo do PSB, dos vereadores Roberto Rocha Júnior e Francisco Chaguinhas. Ocorre que o PSB tem co mo pré-candidatos a prefeito o senador Roberto Rocha e o deputado estadual licenciado Bira do Pindaré. O partido ainda cogita apoiar a candidatura da deputada federal Eliziane Gama (Rede), principal adversária de Edivaldo para a eleição 2016, por isso deve “endurecer” o jogo político na Câmara.

O partido Solidariedade, do secretário de Estado da Indústria de Comércio, Simplício Araújo, também pode deixar a base do prefeito no Legislativo Municipal. Simplício sinalizou de forma positiva pela pré-candidatura de Bira do Pindaré no início do ano. A sigla tem como vereador, em São Luís, Estevão Aragão.

OPOSIÇÃO NA CASA
Apenas dois partidos integram a oposição ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Trata-se do PMDB, do vereador Fábio Câmara, e o PV, da vereadora Rose Sales. O PSDB, dos vereadores José Joaquim, Dr. Gutemberg, Josué Pinheiro e Eidimar Gomes, atua no campo da independência.

ALIANÇA COM PSB
O prefeito Edivaldo Júnior (PDT) foi eleito em 2012 pelo PTC, numa coligação que tinha o PSB como responsável pela indicação do vice, o ex-deputado federal Roberto Rocha. Já no primeiro ano de mandato, Roberto Rocha afastou-se do pedetista e chegou a criticar a gestão, declarando “vice sem voz nem vez”. Em 2014, o vice disputou e venceu as eleições ao Senado, mas foi ignorado na maior parte da campanha pelo prefeito Edivaldo Júnior. No ano passado, Rocha lançou pré-candidatura à Prefeitura de São Luís, mesmo mantendo secretários nomeados e com o filho articulandose para compor a vice. Apesar de ainda conversar com Eliziane Gama (Rede) sobre um possível apoio para as eleições 2016, o socialista não descarta candidatura própria em outubro. Mas mantém relação de cordialidade com o também socialista Bira do Pindaré, hoje uma das preocupações de Edivaldo Júnior.