O corpo do poeta e escritor maranhense Nauro Machado foi sepultado no cemitério do Gavião, no bairro Madre Deus, em São Luís, neste domingo (29). O cortejo fúnebre chegou ao local por volta das 11h.  Diversas autoridades estiveram presentes para prestar a última homenagem ao poeta.

Nauro Diniz Machado morreu na madrugada de sábado  ao 80 anos após passar por uma cirurgia no intestino. Segundo o laudo médico, a causa da morte teria sido “complicações clínicas devido a isquemia do trato digestivo”. Ele estava internado desde terça-feira (24) em um hospital da capital.

O poeta havia se curado recentemente de um câncer no esôfago que lutava desde 2012. Sua última obra, inclusive, foi um retratdo do sofrimento causado pela doença. “Esôfago Terminal” foi lançado em novembro de 2014.

O corpo de Nauro Machado foi velado na sede da Academia Maranhense de Letras (AML), a qual ele nunca aceitou o convite de fazer parte e se tornar um imortal. Porém, seu legado é reconhecido por todos os escritores do Maranhão.

Em agosto, a AML fez uma homenagem aos 80 anos de Nauro Machado. Na ocaisão foram relembrados momentos marcantes da sua carreira e o presidente da academia, Benedito Buzar, chegou a dizer que todo vez que havia uma vaga, Nauro era convidado para preenchê-la. “Mas, ele tem as razões pelas quais ele não quer entrar”, completou.

Benedito Buzar lamentou muito a morte do poeta e disse que ele era uma figura extraordinária, um poeta excepcional. “Ele faz parte da constelação dos grandes poetas que o Maranhão produziu na Atenas Brasileira”, disse.

O ex-Presidente da República e membro da ABL, José Sarney, também lamentou profundamente a perda de Nauro Machado. “O Maranhão perde um grande poeta. A sua vida era um poema e ele morre deixando uma obra insuperável que vai ficar na literatura maranhense e brasileira”, afirmou.

Obra
Nauro Machado era um dos mais importantes literários da história do Maranhão. Tinha 37 livros publicados, foi um poeta autodidata que retratou através da arte sua visão e sentimento do mundo. Sua obra também foi reconhecida pela Academia Brasileira de Letras (ABL).

Tinha como inspiração o cotidiano da vida maranhense, sobretudo o Centro Histórico da sua cidade natal, São Luís. Nauro publicou o primeiro livro em 1958.

Em 2002, o poeta Nauro Machado foi homenageado pela escola de samba Turma do Quinto. Com o enrredo “Nauritânia, a Poesia de Barbas Brancas”, a escola venceu o carnaval de passarela de São Luís naquele ano. A letra do samba enfatizava frases e o estilo de vida do poeta.