Investigação que apura desvio de recursos públicos é a chave do passado obscuro envolvendo prefeito que não pode mais fugir das conexões com o caso que ficou conhecido como Máfia de Anajatuba
O cerco fechou para o prefeito de São Luís, Eduardo Braide. Ao afastar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) a tramitação do inquérito da Polícia Federal que investiga a suspeita de participação do gestor ludovicense, em um suposto caso de desvio de recursos públicos à época em que era deputado estadual, o desembargador federal Olindo Menezes não decidiu apenas mandar a investigação criminal para a 1ª instância.
O entendimento do magistrado federal, conforme revelado hoje com exclusividade pelo blog Atual7.com, acabou emitindo um juízo de valor sobre o próprio prefeito da capital maranhense. De cara, o caso pode trazer um enorme risco de autodesmoralização, pois durante a campanha eleitoral de 2020, Braide procurou ocultar seu passado quando negou tal investigação.
Nos debates na TV, quando era confrontado, o então candidato a prefeito dizia que não era e nunca havia sido investigado pela Polícia Federal. Contudo, esta é mais uma mentira contada por ele ao eleitor que veio a ser desmascarada nesta quinta-feira.
A decisão do TRF-1 é a chave do passado obscuro envolvendo o prefeito que não pode mais fugir das conexões com o escândalo que ficou conhecido nacionalmente como “Máfia de Anajatuba”, após denúncia no quadro “Cadê o Dinheiro Que Tava Aqui? “, no programa ‘Fantástico’, da TV Globo.
A determinação judicial de hoje virou uma bola de boliche capaz de fazer strike na vida de muitos dos envolvidos na capital e no interior. Com isso, o inquérito envolvendo a investigação relacionada com fatos apurados pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Maranhão, na operação que desbaratou a chamada Máfia de Anajatuba, em outubro de 2015, passa a tramitar agora na primeira instância da Justiça Federal do Maranhão.
Em seu despacho, o desembargador federal desmontou também todo o discurso da campanha eleitoral quando julgou prejudicados os embargos de declaração protocolados pela defesa do prefeito. Segundo o magistrado, a corte não possui competência para processamento e julgamento do caso, por ausência de foro privilegiado de Braide.
A investigação não somente agora está em curso da forma julgada correta pelo desembargador, mas também comprova o malabarismo feito pelo prefeito ludovicense para sair de uma verdade: É inegável que ele está num beco sem saída já que está provado que é, sim, investigado pela Polícia Federal. Agora, que a justiça seja feita.
‘SEM MIGUÉ’, VEJA A SEGUIR CÓPIAS DE TRECHOS DO INQUÉRITO: