A eleição para presidência da Câmara Municipal de São Luís, marcada para a primeira quinzena do próximo mês de abril, colocou o prefeito Eduardo Braide (PODE) nas cordas e à beira de alguma loucura política, ao que parece.
Mas por que ele chegou tal exasperação?
Eu resumiria em quatro razões e quatro adjetivos que definem bem o estado emocional de Braide: contrariado, revoltado, rejeitado e perdido.
Com seu ego inflado, o prefeito ludovicense não aceita a articulação formada por um grupo de 18 vereadores em torno do vereador Paulo Victor, na disputa pela Mesa Diretora da Casa.
A cada dia que passa, a agonia de Braide aumenta junto com o número de adesões ao oponente. Ele já tentou de tudo: assediou vereadores, fez ‘juras de amor’, disse que iria se redimir e até ‘prometeu céu e terra’ aos dissidentes com o puro propósito de mudar o placar que hoje segue em 18 a 13.
Mas, apesar da birra, é preciso que a democracia saiba proteger a discordância. Democracia não é vontade da minoria. Seja uma eleição, seja uma promoção, é preciso saber aceitar o resultado para não perder muito mais, principalmente a saúde mental.
O prefeito, entretanto, não aceita de jeito nenhum e está prestes a cometer uma loucura. A eleição da Câmara, onde os eleitores são os próprios vereadores, se transformou em algo pessoal pra ele.
Curioso, é que os aliados do prefeito na imprensa tentam colocar a culpa pela contenda política no vice-governador Carlos Brandão (PSDB), ignorando erros do próprio Braide em seu primeiro ano de gestão.
Ao longo de 2021, o prefeito teve uma grande dificuldade para dialogar com a base. E o diálogo que é o ato de falar e ouvir, é algo bastante comum nas democracias, pois sem diálogo não existe solução.
Em resumo. Foi exatamente isso que aconteceu neste primeiro ano de governo, não apenas com a Câmara, mas com setores da própria sociedade, principalmente, lideranças comunitárias e líderes sindicais. O prefeito que odeia dialogar crê ser absoluto e acredita que todos têm o dever de satisfazer suas vontades.
Como Braide só sabe falar, mas não gosta de ouvir, resolveu ignorar o diálogo. Vendo toda essa situação ao longo do ano passado, Paulo Victor começou a trabalhar em cima da dificuldade do gestor.
O jovem vereador foi conquistando espaço e respeito na Casa de Leis, apenas dialogando com seus pares. Hoje, um ano depois, ele está colhendo o que plantou. Agora, por falta de trato e habilidade, não adianta querer culpar os outros pelos próprios erros.
A situação é tão desesperadora, mas tão desesperadora, que o prefeito resolveu abrir um perigoso confronto de Poderes, mas a maioria no Legislativo ludovicense segue resistindo e rejeitando a proposta de transformar o ‘órgão em puxadinho’ do Executivo.
É por conta disso, que o G18 [como se autodenominou o grupo formado por dezoito parlamentares] se transformou em um símbolo de resistência para a sociedade ludovicense [que não é ouvida pelo prefeito], mantendo uma tradição que resiste ao tempo no próprio Palácio Pedro Neiva de Santana.
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