A possível união entre o ex-prefeito Eudes Sampaio (PTB), com o atual vice-prefeito Júnior Lago (Patriotas); o ex-deputado Jota Pinto (Podemos), o ex-vereador Beto das Vilas (Republicanos); o ex-candidato a prefeito, Edson Júnior (MDB); e o atual presidente da Câmara, Dudu Diniz (Cidadania), vitamina a oposição em São José de Ribamar, mas não inviabiliza a reeleição do prefeito Dr. Julinho (PL) em 2024.

A explicação é simples! A montagem do palanque de um eventual candidato que venha disputar a sucessão municipal contra o atual prefeito tem apenas um empecilho: a escolha de um nome que seja conhecido do povo ribamarense capaz de vencer Dr. Julinho numa disputa de turno único, diferente da capital maranhense que costuma encerrar o pleito eleitoral somente no 2º turno.

Além disso, o adversário ainda teria algumas desvantagens como tempo curto de campanha, desconhecimento de boa parte dos eleitores ribamarenses, dificuldade de influenciar os votos e buscar um espaço – como no Governo do Estado – capaz de lhe dar condições de se tornar popular em menos de um ano e meio.

Todos os nomes da oposição citados acima, por exemplo, entraram 2023 com um olhar voltado para a corrida eleitoral tendo que crescer rápido, mas buscando superar os obstáculos que destaquei no segundo parágrafo.

Na prática, seja qual for o adversário de Dr. Julinho nas urnas, terá pouco mais de 18 meses para conseguir converter os votos de alguns possíveis aliados em seus. Algo, no meu ponto de vista, praticamente impossível.

Para Dr. Julinho, a campanha curta é um ponto positivo: o prefeitável será, por menos tempo, alvo dos adversários. No entanto, o desafio a ser cumprido é o de uma divulgação massiva das ações do governo nos últimos anos, com potencial de crescimento ainda maior, como o ungido pelo deputado Josimar, que ao lado da esposa Detinha, forma o primeiro casal a tomar posse no Congresso no próximo dia 2 de fevereiro. Os parlamentares tem possibilidade de buscar recursos junto ao governo federal para injetar na gestão municipal, facilitando ainda mais o caminho da reeleição.

Desde 2000, as eleições ribamarenses adquiriram um formato bipolar, no qual somente dois candidatos alcançaram dois dígitos na disputa eleitoral, sempre com o atual prefeito polarizando o pleito. Em 2000, Jota Câmara (48,96%) e Dr. Julinho (48,37%), anotaram essa performance de votos, fazendo o segundo perder a cadeira de prefeito por apenas 180 votos.

A disputa das eleições de 2004, por sua vez, ficou entre Luís Fernando e Dr. Julinho num placar de 48,02% contra 45,86%. De lá pra cá, os dois sempre foram líderes nas pesquisas muito à frente dos candidatos que tentaram se apresentar como terceira via.

A polarização dos últimos 23 anos, se repetiu em 2012 entre Gil Cutrim (hoje no Republicanos, mas na época no PMDB) e Júlio Filho (hoje no PL, mas na época no PCdoB). Naquele pleito, o primeiro tinha o apoio do ex-prefeito Luís Fernando e o segundo era apoiado por Dr. Julinho. Mesmo sem estrutura de campanha, Filho ainda teve quase a metade dos votos do primeiro que acabou sendo eleito prefeito.

Como se observa, Dr. Julinho sempre esteve à frente da polarização politica na cidade balneária sempre figurando entre os dois primeiros e com votação acirradíssima. Com Luís Fernando fora da cidade e do pleito, não vejo nenhuma dificuldade para o atual prefeito buscar a renovação do mandato por mais quatro anos. Falta um adversário capaz de polarizar a disputa.

Sem um nome conhecido e com uma campanha curta para alguém se firmar como um forte prefeiturável, a única disputa acirrada que deve ocorrer ano que vem será na escolha do vice de Dr. Julinho, mas esse é um assunto para nossa próxima abordagem.

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