Depois de ver a desaprovação popular maciça aumentar em função do isolamento na relação institucional e do caos com um possível colapso do sistema de transporte público de São Luís, o prefeito Eduardo Braide (PSD) realizou duas substituições no alto escalão para atenuar o desgaste junto a população e a classe política, sobretudo, na relação com os vereadores.

Uma das mudanças atingiu o secretário de Trânsito e Transportes (SMTT), Diego Baluz, que foi substituído por Diego Rafael Rodrigues Pereira que estava no comando da Secretaria da Criança e Assistência Social (SEMCAS).

Esse será a terceira mudança na SMTT, depois de Cláudio Ribeiro, que foi o primeiro titular. Na Secretaria de Governo, Enéas Fernandes deixa o cargo e assume Emílio Carlos Murad.

Típicas em momento de crise, as possíveis substituições de secretários que devem ser levadas a cabo pelo prefeito Eduardo Braide nos próximos dias será uma “resposta de curto prazo”, que servirá apenas para acalmar os ânimos das ruas ou do meio político.

Basicamente, as mudanças no alto escalão seriam uma tentativa de melhorar algumas áreas da administração, mas alteração em um dos setores, entretanto, pode mudar pouca coisa.

É o caso, por exemplo, do setor de transporte onde diversos ludovicenses se indignaram com uma quantidade elevada de coletivos que sofreram falhas mecânicas nos últimos dias, prejudicando passageiros que pagam uma tarifa mais cara desde o carnaval.

Para quem depende do serviço de transporte, a mudança no comando da SMTT significaria algo muito pouco. Enquanto algo de concreto não acontece, usuários seguirão pagando tarifa mais cara e ainda sofrem com superlotação e as falhas mecânicas nos ônibus que desafiam as autoridades.

Aceno para a classe política

Já a troca no comanda da Secretaria de Governo (SEMGOV) seria uma espécie de aceno diretamente para a classe política, conforme alguns analistas.

Considerado um “travador” das demandas que chegavam à mesa do prefeito, advogado Enéas Fernandes, que foi exonerado da pasta, pode ter sido o pivô pelo fracasso da relação do chefe do Executivo com a classe política, principalmente, no diálogo com os vereadores.

Agora, com a mudança na pasta, espera-se que Emilio Murad, que ocupava o cargo de Secretário-adjunto da SEMGOV, possa mudar a postura institucional e o trato no relacionamento entre os poderes.

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