A decisão de prorrogar, por mais dois meses, o auxílio emergencial ao setor do transporte público da capital, mostrou que o prefeito Eduardo Braide (Podemos) está refém dos empresários. Após semanas de reunião, eles conseguiram o que queriam: manter o valor que recebem dos cofres públicos.
A prefeitura havia ameaçado não estender o subsídio das empresas, batizado pela gestão bradista, como ‘auxilio emergencial’. O beneficio é maior do que três áreas da gestão. O prefeito teria afirmado que os consórcios precisavam prestar um serviço melhor para enfrentar a concorrência dos ‘carrinhos’, transporte alternativo e dos aplicativos de transporte visando, com isso, elevar os lucros.
Em vez disso, as empresas conseguiram atrair os funcionários para sua reivindicação e colocar a cidade sob o risco iminente de paralisação dos transportes. Para isso, bastou ameaçar demitir todos os cobradores.
Diante da situação polêmica, o chefe do Executivo cedeu mais uma vez. O custo chega a R$ 11,5 milhões, somados todos os pagamentos. Foram R$ 7,5 milhões entre outubro a dezembro. Com a prorrogação, entretanto, o subsídio ao setor de transporte público, a ser repassado nos meses de fevereiro e março, será de R$ 2,5 milhões e mais R$ 1,5 milhão, por meio do programa “Cartão Cidadão”.
A prorrogação foi efetivada no início do mês de fevereiro, mas o pagamento já teria sido efetivado em janeiro. O grande problema é que a cara solução adotada só adia o problema. As empresas já avisaram que aceitam a “trégua” apenas por 90 dias. Os empregados, idem.
Depois desse prazo, dizem que ou o valor da tarifa sobe ou a prefeitura segue com o subsídio. Nada contra subsídios para o transporte. O ponto é que o preço que o cidadão paga por um serviço essencial não pode estar subordinado ao interesse eleitoral do governante.
É bastante provável que as ameaças de greve ou as paralisações, como as que vinham ocorrendo desde a semana passada, voltem a pressionar o prefeito Eduardo Braide, que, a julgar pela habilidade apresentada até agora, deve mais uma vez abrir os cofres da prefeitura para cobrir ‘eventuais prejuízos’ dos empresários.
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