A Polícia Civil e o Ministério Público do Maranhão estão investigando uma denúncia de suborno que produziu cenas inesperadas. O assunto repercutiu no Jornal Nacional, da TV GLobo.
Os vídeos foram gravados na Câmara Municipal de Cândido Mendes, cidade de 19 mil habitantes no norte do Maranhão. O vereador Sababá Filho, do PCdoB, usou a tribuna da casa, na sessão plenária desta sexta-feira (4), para denunciar que recebeu dinheiro para renunciar ao cargo.
“O que eu recebi para eu renunciar ao mandato está aqui, dentro dessa mochila”, diz o vereador no vídeo.
E avisou:
“Eu vou jogar pela janela aqui, porque o que é do povo… Dinheiro da saúde, dinheiro da educação, ele tem que ir para mão do povo”.
O vereador tirou fardos de dinheiro da mochila. Depois, foi em direção à janela e arremessou as cédulas: “Bora devolver para o povo”.
Do lado de fora, houve correria para recolher o dinheiro. Segundo o vereador, havia R$ 250 mil na mochila. Ele acusou o prefeito da cidade, José Bonifácio Rocha de Jesus, do PL, conhecido como Facinho, de tentativa de suborno.
Segundo Sababá, o prefeito vem persuadindo vereadores de oposição para conseguir maioria na Câmara.
“Me procuraram, interlocutores do prefeito, me fazendo uma oferta para que eu renunciasse ao mandato. E eu tomei uma atitude de seguir a vontade deles para ver até onde isso ia chegar”, conta.
O Ministério Público do Maranhão informou que está apurando o caso para tomar as providências necessárias. A polícia de Cândido Mendes quer identificar agora as pessoas que pegaram o dinheiro. As cédulas que forem recuperadas vão ser parte do processo que investiga caso.
O prefeito José Bonifácio Rocha de Jesus disse que vai processar Sababá Filho por calúnia e difamação.
“Nós vamos entrar com uma denúncia contra ele, entendeu? Ele vai responder, ele vai ser processado por isso – ele pode ter certeza disso. E ele vai ter que dizer aonde foi que ele arrumou esse dinheiro”, disse o prefeito de Cândido Mendes.
A Secretaria de Fiscalização do Tribunal de Contas do Maranhão disse que, se for comprovado que o dinheiro lançado à população é de recursos públicos, tanto o prefeito quanto o vereador poderão ser responsabilizados, além de terem que devolver integralmente os valores apurados.
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