SÃO LUÍS, 7 de novembro de 2023 – A nova conjuntura política e eleitoral que se anuncia com rumores da união entre os partidos progressistas em torno de uma única candidatura em São Luís mobiliza o prefeito Eduardo Braide (PSD) a mudar a estratégia. Para isso, na avaliação de analistas, o mandatário ludovicense estaria buscando polarizar com a Câmara Municipal visando evitar dar espaço ao principal rival.
Ao não contemporizar com Duarte, Braide busca ignorar o confronto direto, para minimizar o espaço do adversário no debate público relacionado ao município – espécie de arena que apenas o presidente da Câmara, Paulo Victor (PSDB), poderia ocupar no embate, caso não tivesse abdicado da disputa.
Por ora, o governo demonstra que vai explorar a questão do projeto de lei que dispõe sobre o pagamento do rateio dos recursos dos precatórios do Fundef aos professores para ‘anular’ o principal nome do PSB na disputa. Além de dificultar o crescimento do rival, a estratégia também pode ser usada para evitar o surgimento de novas candidaturas como a do PDT, que tem exatamente um “Câmara” buscando a consolidação no pleito municipal.
Na definição de um político experiente, a estratégia do Palácio de La Ravardière de evitar o confronto com o principal oponente “resolveria o problema sem alarde”. Aos seus subordinados, Braide teria insistido para que não entrem no campo de batalha. No entendimento do chefe do Executivo, a reação a Duarte – como ocorreu em relação ao secretário de Cultura no caso dos vales da Feira do Livro – pode dar ao socialista os holofotes que ele quer.
Na opinião de aliados do deputado Yglésio Moyses, que vem tentando se colocar como representante de um movimento político alternativo à polarização entre Braide e Duarte, a nova conjuntura tende a dificultar ainda mais o caminho para candidaturas em 2024.
Para esse núcleo, a escolha de Braide em polarizar com o Legislativo – e não com nenhum outro rival da disputa – tende a fortalecer o principal adversário que tem ampliado justamente o leque de alianças no Palácio Pedro Neiva de Santana – sede do Legislativo ludovicense.
A saída, na visão de outros concorrentes, seria usar uma estratégia semelhante. Isso explica, por exemplo, o fato do próprio Yglésio ter acionado o Conselho de Ética da Câmara para pedir a cassação do vereador Domingos Paz (Podemos), hoje aliado do prefeito ludovicense. A estratégia, entretanto, pode acabar desgastando a imagem da própria direita na capital maranhense, corrente em que o deputado e o próprio vereador fazem parte, o que impediria o crescimento desse aspecto político na cidade que é considerada reduto da esquerda.
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