O ex-secretário de Estado de Indústria e Comércio do Maranhão, Simplício Araújo, pré-candidato do Solidariedade (SD) ao governo do estado afirmou, em entrevista ao jornal O Imparcial, que sua ideologia é gerar emprego e crescimento. Ele frisou ainda que primeiro precisa tirar o Maranhão da pobreza, depois entraria no debate ideológico. Além disso, Araújo também falou com otimismo de suas estratégias e prioridades para chegar ao poder.
Confira:
(O Imparcial) – Faltando pouco mais de dois meses para a eleição, as pesquisas indicam uma polarização e uma terceira via bem definidas. O senhor ainda acredita que pode chegar ao governo?
Como você diz, faltam dois meses, ninguém vota antes do dia da eleição, nem registro de candidatura existe ainda, de ninguém. A população, atipicamente, não entrou no jogo dos que acham que nada mudou após a pandemia. Todas as pesquisas registradas, de todos os institutos, mostram que mais de setenta por cento da população ainda não decidiu em quem votar, essa polarização e essa terceira via que você cita são apenas narrativas de quem acha que o povo cairá mais uma vez nessas velhas artimanhas. Eu tenho certeza que estarei no segundo turno, pois nessa eleição temos 5 candidatos que podem chegar a vinte por cento em média cada um, portanto, eu confio nos mais de setenta por cento dos maranhenses quem não dependem de prefeitura ou governo do estado e querem um Maranhão com mais empregos e crescimento econômico.
(Simplício Araújo) – Que indicativos o senhor tem de que isto é possível?
Temos a eleição do Zema em Minas Gerais, que no meio de uma polarização verdadeira lá arrancou com três por cento nas pesquisas em 2018 e venceu. O ex governador do Rio de Janeiro, o Juiz Witzel também tinha 2 por cento e o atual governador do Amazonas, Wilson Lima tinha um por cento e ganhou também. Em São Luis tivemos o caso do agora prefeito Eduardo Braide que dormiu com três por cento sexta-feira do debate e acordou domingo no segundo turno com Edvaldo Jr. A eleição majoritária não é movida por dinheiro ou pela classe política, a prova disso foi a eleição de Flavio Dino em 2014 e a de Bolsonaro em 2018. Ambos venceram contra praticamente toda a força da política.
“Minha ideologia é gerar empregos e crescimento”.
Quais suas estratégias para isto acontecer?
Mostrar o que eu fiz na geração de empregos e durante a pandemia, mostrar o quanto esse atual modelo de política que querem reimplantar no Maranhão, com essa maioria da classe política, jamais vai conseguir tirar o Maranhão da pobreza e dos baixos índices. Eu tenho um plano para desenvolver a produção, promover geração de empregos e colocar a riqueza do Maranhão para gerar riqueza para os maranhenses, eu acho que é isso que o maranhense quer, uma oportunidade para escrever sua própria história, ajudar suas famílias e o estado a dar uma grande virada de página.
Além do Solidariedade, que outros partidos o apoiam?
Zema, Witzell, Wilson e o próprio Braide chegaram aos resultados que citei com apenas um partido. Hoje em todo o mundo, não se vota mais em grupos gigantescos que oneram e defendem interesses próprios em detrimento dos anseios da população. Andar só é sempre melhor que mal acompanhado. Se eu quero mudar a política do Maranhão, implantando políticas públicas de geração de empregos e crescimento econômico, preciso do apoio do povo, assim terei total liberdade para defender fortemente esse novo caminho.
O senhor foi secretário de estado por quase sete e é um dos maiores críticos do governador Carlos Brandão. Por quê?
Não cheguei ao governo através de um acordo, tampouco permaneci esses anos todos sem ter resultados que me dessem sustentação. Nunca fui secretário do atual governador, fui secretário do Governador Flavio Dino, governo que ajudei defendendo sozinho na câmara dos deputados e sendo leal, fiel e acima de tudo, buscando resultados durante os anos que fiquei na Seinc. Não vejo minhas pontuações como críticas, vejo como opiniões. Por exemplo, na pandemia vi Flávio Dino corretamente fechar mais da metade do governo e designar todos os recursos para salvar vidas no Maranhão, hoje vejo com tristeza que o governador ao invés de diminuir o governo para garantir ajuda à população num momento de carestia e dificuldades, aumenta a máquina e protela a redução de ICMS, dificultando enormemente a vida do povo. Eu repito, é minha humilde opinião.
Brandão não é a continuidade de Flávio Dino?
Ajudei Jackson Lago e Flávio Dino chegarem ao poder para oxigenar a política do Maranhão, sou completamente contra qualquer um que queira ocupar espaço assim. Eu cheguei até aqui, como milhões de maranhenses, com muita luta e muita dificuldade, eu acho que as pessoas devem ocupar espaço por capacidade, não por “continuidade” ou porque estão sentados em cadeiras ou usando recursos do povo, como os que usam o orçamento secreto ou se aliam a quem usa desse escândalo nacional divulgado pela imprensa nacional.
O senhor achava que seria escolhido por Flávio Dino para sucedê-lo?
Nunca achei, tenho muita empatia com às pessoas e sempre busco me colocar no lugar dos outros pra tentar entender o seu lado. Eu sempre soube que se Flavio Dino não escolhesse Brandão a máquina do estado poderia estar contra ele nesse momento, ou seja, nunca houve “escolha” o único caminho para ele era esse e esse caminho pode ser bom pra alguns, mas na minha opinião, Não é bom pro Maranhão.
“Eu quero que o Maranhão conheça a minha história, que é igual a de mais de noventa e oito por cento dos maranhenses, os meus resultados e caso entenda que mereço, me ajude a iniciar essa transformação que o nosso estado tanto clama”.
O senhor o apoia para senador?
Não vejo ninguém melhor no cenário político atualmente, muitos vão julgar Flávio, eu também julgo, voto porque vi o compromisso dele durante os dois piores momentos que o Maranhão já passou, a crise econômica e a pandemia. Mesmo com essas dificuldades ele trouxe o estado até aqui e fomos o estado com o melhor desempenho na pandemia.
Do que o senhor mais se orgulha de realizações como secretário?
Da grande benção de Deus em ter me dado tantos amigos que confiaram em meu trabalho e me ajudaram a montar 4 hospitais de campanha, realizar uma operação de guerra para garantir respiradores e oxigênio para os maranhenses em doações que somaram mais de 160 milhões de reais estimados e também do grande número de empregos gerados no meu período, colocando o Maranhão sempre entre os estados que mais empregou que demitiu, segundo dados do Caged do governo federal.
Com base na sua experiência na Seinc, o que acha prioritário para o Maranhão no campo econômico?
O Maranhão tem uma grande oportunidade pela frente, todos os estados brasileiros sofreram a mesma coisa nos últimos anos, conseguimos chegar aqui com boa nota de crédito, ainda que com vários problemas. Digo sempre que estamos numa reta de largada e ao contrário de estados maiores, que terão mais dificuldades, aqui se tivermos um plano real, sem essas loucuras de obras e projetos mirabolantes que se vendem em campanhas políticas, poderemos aproveitar os recursos naturais, geográficos e a força do nosso povo para iniciar um grande plano para o Maranhão nos próximos 20, 30 anos, processo parecido com o que aconteceu no Ceará, Mato Grosso, Goiás e Santa Catarina. É hora de seguir em frente, mas de fazer muito mais!
“Poderemos aproveitar os recursos naturais, geográficos e a força do nosso povo para iniciar um grande plano para o Maranhão nos próximos 20, 30 anos”.
Seu partido tem linha trabalhista e o senhor é mais identificado com o capital. O senhor é candidato dos empresários?
Sou o candidato do emprego, do crescimento econômico, pois se o Maranhão não crescer teremos ampliação da pobreza, os poderes públicos, prefeituras e governo estadual não tem mais a capacidade de gerar riqueza e nem empregos. Se aumentarmos a atividade econômica, resolveremos a maior parte dos problemas do estado. Eu tenho certeza que pela mão da maioria da classe política não iremos mais a lugar nenhum, então precisamos colocar o estado e as prefeituras a serviço da iniciativa privada, só com o crescimento e protagonismo da iniciativa privada, desde o trabalhador rural aos grandes empreendimentos, poderemos ofertar emprego e renda, estruturando cadeias produtivas e arranjos produtivos, revertendo a realidade atual de sermos um estado sem produção e dependente de produtos produzidos em outros estados.
O senhor se define de esquerda?
Minha ideologia é gerar empregos e crescimento, acho que primeiro precisamos tirar o Maranhão da pobreza, dos baixos indicadores pra depois entrarmos nesse debate ideológico, ninguém consegue ser esquerda ou direita de estômago vazio e sem perspectiva, sem rumo na vida, no Maranhão mais da metade da população não consegue educação, saúde, moradia e empregos nem imaginar um futuro para si ou para seus filhos. Precisamos voltar os nossos olhares para nosso povo e tornar esse estado capaz de prover riqueza para todos, não apenas para parte da classe política.
Seu candidato a presidente é de esquerda?
Esse debate de esquerda e direita aqui no Maranhão está servindo para esconder bandidagem atrás de candidato à presidência. Eu quero que o Maranhão conheça a minha história, que é igual a de mais de noventa e oito por cento dos maranhenses, os meus resultados e caso entenda que mereço, me ajude a iniciar essa transformação que o nosso estado tanto clama, queremos um estado com mais gestão e menos política, com menos artimanhas e lenga-lenga, com mais resultados, devolvendo a todos a auto estima de termos nascido e estarmos contribuindo para o crescimento da nossa terra. Eu quero um Maranhão com mais empregos e oportunidades.
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