A liderança nas pesquisas a um mês e meio da eleição não é garantia de vitória em turno único em São Luís. O levantamento realizado pelo blog do Isaias Rocha indica que, na disputa pela prefeitura da capital maranhense, surpresas e reviravoltas têm sido mais a regra do que a exceção. Por exemplo, em algumas situações, quem acabou ocupando a cadeira de prefeito foram candidatos que, a poucas semanas da votação, ainda não figuravam em primeiro lugar.
O estudo levou em consideração pesquisas do Ibope, que foram realizadas há cerca de um mês e meio, desde as eleições municipais de 1992. Em apenas três das sete disputas examinadas, o vencedor que estava numericamente à frente dos demais venceu no primeiro turno: Jackson Lago (PDT) em 1996 e 2000, e Tadeu Palácio (PDT) em 2004.
Em 2008, João Castelo (PSDB) foi eleito em segundo turno com 55,84% dos votos contra 44,16% obtidos por Flávio Dino (PCdoB). Já em 2012, Edivaldo Júnior (PTC) derrotou o prefeito João Castelo (PSDB) por 56,06% a 43,94% no segundo turno.
Um fato interessante é que Júnior, no primeiro turno, figurava somente na segunda colocação das intenções de votos. Na pesquisa Ibope divulgada em 20 de setembro daquele ano, Castelo aparecia com 29% contra 26% de Edivaldo, configurando um empate técnico.
A eleição de 2016 foi, de longe, a mais disputada das últimas décadas: a 20 dias do pleito, o prefeito Edivaldo (PDT) surgiu com 38% contra 28% de Wellington (PP), conforme pesquisa Ibope divulgada em 28 de setembro daquele ano.
Curioso é que nesta eleição, quem avançou ao segundo turno foi Eduardo Braide (PMN), que aparecia no levantamento que definiu os candidatos do debate da TV Mirante, com apenas 5%. Na etapa seguinte da disputa, Edivaldo acabou vencendo Braide por 53,94% a 46,06%.
Em 2020, Braide (Podemos) parecia ser um candidato imbatível. Na pesquisa Ibope, divulgada em 21 de setembro daquele ano, ele figurou com 43%. Duarte, que era o segundo colocado, surgiu somente com 14%. Braide terminou o primeiro turno em primeiro lugar, com 37,81% dos votos, seguido de Duarte Júnior (Republicanos), com 22,15%. Na etapa seguinte da disputa, o candidato do Podemos venceu o pleito com 55,53% contra 44,47% do rival.
O histórico acima confirma que, por estarem mais próximas da vida cotidiana das pessoas, as eleições municipais tendem a ser mais voláteis do que as nacionais. Em outras palavras, durante uma disputa municipal, os eleitores têm a oportunidade de observar de perto os problemas e atividades da cidade, principalmente, aqueles mais impactante em setores importantes como transporte (alvo de constantes greves) e caos na saúde. É diferente do pleito nacional, que se concentra em questões importantes sobre a nação.
Por causa do número menor de eleitores envolvidos, acredito que as eleições municipais são mais propensas a alterar as circunstâncias. Em âmbito nacional, por exemplo, para que haja uma mudança significativa [nas pesquisas nacionais, para presidente], é necessário que essa transformação ocorra em todas as regiões. Já na cidade, é mais rápido de isso acontecer, porque são menos pessoas.
Em comparação com as eleições estaduais ou presidenciais, as pesquisas no âmbito municipal mudam mais rápida e acabam divergindo do resultado das urnas. Ela atinge mais rapidamente os eleitores. O processo eleitoral tende a evoluir à medida que os eleitores aprendem mais sobre os candidatos, e o horário eleitoral desempenha um papel importante nesse processo.
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