Um artigo do jornalista Diego Emir, publicado em seu blog hormônio, nesta segunda-feira (27), trouxe uma analise histórica dos prefeitos de São Luís que tentaram eleger um parente para a Assembleia Legislativa, mas acabaram fracassando.
No texto, o jornalista lembrou que Gardeninha, filha do ex-prefeito João Castelo em 2010 e Edivaldo Holanda Braga, pai de Edivaldo Júnior em 2014 e 2018, foram eleitos ao cargo com forte influência de seus familiares diretos que comandavam o Palácio de La Ravardiere. No entanto, foi exatamente essa influência familiar que trouxeram o fim de uma geração no caso de João Castelo e o impedimento de se tornar algo maior, como no caso de Edivaldo Júnior.
Leia o artigo:
A história parece se repetir em São Luís, após João Castelo (falecido) e Edivaldo Holanda Júnior (PSD). Fortes indícios apontam que mais uma vez o prefeito da cidade mais importante do estado pode usar sua influência e força para eleger um parente como deputado estadual. Gardeninha Castelo em 2010 e Edivaldo Holanda Braga em 2014 e 2018, foram eleitos ao cargo com forte influência de seus familiares diretos que comandavam o Palácio de La Ravardiere. Agora, Eduardo Braide pode seguir o mesmo caminho.
Para 2022, surgem conversas internas na Prefeitura de São Luís que Fernando Braide está sendo preparado para disputar o cargo de deputado estadual. Tanto que alguns já enxergam nele, o homem forte da gestão municipal, ainda que não tenha cargo e aparição pública.
Mas foi exatamente essa influência familiar nas gestões anteriores que trouxeram o fim de uma geração no caso de João Castelo e o impedimento de se tornar algo maior, caso de Edivaldo Júnior.
No comando da Prefeitura de São Luís entre 2009 e 2012, todos afirmavam: o prefeito é Castelo, mas quem manda é Gardeninha. Essa demonstração de força e poder resultou numa resposta imediata, a filha do prefeito foi eleita em 2010 com quase 61 mil votos deputada estadual, uma votação avassaladora.
Mas ainda no cargo de deputada estadual, Gardeninha seguiu exercendo forte influência no Palácio La Ravardiere, o que levou a sucessivos desgastes e culminou com a derrota do pai em 2012. No ano de 2014, já sem o mandato de prefeito, Castelo conseguiu uma eleição de deputado federal no limite, mas sua filha amargou uma terceira suplência com pouco mais de 17 mil votos.
Já Edivaldo, após vencer em 2012, ajudou eleger o pai em 2014 com 31.688 e em 2018, mesmo aumentando a votação para 32.916 votos, ele acabou terminando na suplência, que logo virou uma vaga definitiva com a morte de Zé Gentil em 2020.
Diferente de Gardeninha, Edivaldo Holanda Braga evitou deixar as suas digitais na gestão do filho e esse cuidado foi tomado desde 2012 durante a campanha eleitoral, quando o próprio grupo Flávio Dino tratou de fazer essa blindagem, mas com o passar do tempo foi inevitável perceber a influência do pai no Palácio de La Ravardiere.
A relação trouxe um desgaste e declarações públicas de insatisfação entre Holandão e PCdoB passaram a ser constantes. Processo que culminou com um natural “esfriamento” das relações entre Holandinha e Flávio Dino.
Agora em 2022, Eduardo Braide tem a opção de cometer o mesmo erro que seus antecessores ou fazer diferente. Jackson Lago ainda que tenha tido parentes na política, nunca forçou a barra por nenhum deles e chegou ao Palácio dos Leões pela vontade popular.
Eduardo Braide tem apenas 45 anos e ainda pode construir muito na política maranhense, saltar para o Palácio dos Leões em 2026 é uma das possibilidades, mas para fazer isso é preciso pavimentar um caminho com qualidades que envolvam além de trabalho, competência e honestidade, a sabedoria de arregimentar aliados e não transformar o poder político em uma oportunidade para manutenção da família em cargos públicos.
Mais da trajetória de Holandinha e Holandão
Edivaldo Holanda Braga já tinha uma trajetória política, quando em 2004, após alguns anos afastado da política decidiu apostar as suas fichas no seu filho para voltar a vida pública. Presidente estadual do PTC, ele lança seu nome para Prefeito de São Luís, sabia que não tinha chance alguma, mas seria a única forma de garantir uma oportunidade para eleger vereadores, dentre eles, o seu filho Edivaldo Holanda Júnior.
A estratégia deu certo e o PTC, elegeu um único vereador em 2004. Edivaldo Holanda Júnior conquistou 3.376 votos, votação inferior a muitos outros que acabaram ficando na suplências, mas regras são regras e é necessário saber jogar com elas.
Em 2006, usando o recall da eleição de prefeito que lhe deu pouco mais de 13 mil votos e a natural influência do filho que estava como vereador, ele se elegeu deputado estadual com 14.023 votos.
Em 2008, Edivaldo Holanda Júnior é o vereador mais bem votado de São Luís com 10.670. Em 2010, pai e filho, decidem a concorrer a deputado estadual e federal, respectivamente. Holandinha vira um fenômeno nas urnas e tira mais de 100 mil votos, já Holandão termina como suplente, mas acaba assumindo o mandato após uma articulação com João Castelo então prefeito de São Luís, que chamou Graça Paz para o cargo de secretária de Assuntos Políticos.
De 2012 para cá a história foi contada acima…
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