A superlotação nos ônibus e o alto fluxo de passageiros nos terminais de integração da capital são problemas verificados desde o início da pandemia. Uma pesquisa do Grupo de Estudos em Dinâmicas Territoriais (Gedite) em parceria com o Centro de Ciências Tecnológicas (CCT), da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), revelou a importância de se intensificar a higienização das paradas de ônibus, dos terminais e dos próprios veículos. As informações são do Imirante.
Segundo aponta o estudo, há linhas que chegam a uma média diária de 7 a 10 mil passageiros transportados por dia. Nos horários de pico, ônibus chegam cheios e saem lotados dos terminais de integração de São Luís. A pesquisa concluiu que estes cenários favorecem a transmissão da Covid-19. “A gente parte do pressuposto da circulação de pessoas, que está intimamente ligada ao fluxo de passageiros, então há a possibilidade da transmissão do vírus”, explicou o coordenador do estudo, Igor de Sousa.
“O estudo se concentra nos fatores que estão ligados à distribuição dos casos de Covid nos bairros de São Luís. Então, a gente relacionou a disposição das linhas de ônibus e toda a sua configuração espacial. No caso, estamos falando de trajetos, a capacidade do transporte de passageiros e os destinos de cada linha”, esclareceu o pesquisador.
Uma importante constatação do estudo foi que há possíveis ligações entre os bairros que concentram números altos e médios de casos de Covid com a proximidade aos terminais de São Luís. “Os terminais de integração concentram grande número de pessoas circulando, fazendo embarque e desembarque em ônibus, então observamos que os bairros próximos aos terminais de integração apresentam alto número de
casos acumulados de Covid, conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde”, destacou o coordenador.
De acordo com o levantamento da SES, atualizado no dia 14 de janeiro de 2022, o Turu concentra o maior número de infectados pelo coronavírus entre os bairros de São Luís. Depois aparecem bairros como Centro, Cidade Operária, Cohatrac, Renascença, São Francisco e Calhau. Todos são próximos a terminais de integração, são eles o da Praia Grande, Cohab-Cohatrac, Cohama0-Vinhais, São Cristóvão e Distrito Industrial.
Veja os 10 bairros de São Luís com mais casos de Covid-19
Turu – 1.528
Centro – 1.389
Cidade Operária – 1.189
Cohatrac I, II, III, IV, Primavera-Cohatrac – 1.183
Renascença – 1.058
São Francisco – 915
Calhau – 832
Anjo da Guarda – 714
Cohama – 702
Anil – 619
A pesquisa não aponta soluções diferentes das medidas já em vigor como uso de máscara e higienização das paradas, terminais e dos ônibus. Para o pesquisador Igor de Sousa, as estratégias de sanitização são fundamentais para reduzir o risco de contágio dos usuários do transporte.
Mas, devem ser associadas à continuidade dos centros de testagens nos terminais e combinadas também ao incentivo à vacinação contra a Covid-19. O estudo levou em consideração todas as tipificações das linhas de ônibus da cidade (troncais, alimentadores, circulares e não integrados) do município de São Luís.
Participaram da pesquisa os professores e pesquisadores: José Sampaio de Mattos Junior, Hermeneilce Wasti, Juliana, Carlos Ronyelton, Ronaldo Barros Sodré, Igor de Sousa e Jéssica Mendes; além de Raquel Pereira Santana Mendes, mestranda em Geografia; Chirlene Pessoa, bolsista de Apoio Técnico Institucional e Thiago Ronyerisson, bolsista de Iniciação Científica.
Decreto sobre uso de máscaras
Poucos meses depois de ter flexibilizado o uso de máscara no Maranhão, o governador Flávio Dino (PSB) recuou da decisão e editou novo decreto voltando a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados em todo o Estado. O decreto foi publicado do Diário Oficial do Estado no dia 7 de janeiro deste ano.
No início de novembro do ano passado, o governador Flávio Dino decidiu retirar a obrigatoriedade o uso de máscaras em locais abertos e fechados no Maranhão. Ele facultou à população a opção de usar ou não a máscara, considera essencial para reduzir a contaminação pela Covid-19.
Em nota, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) explicou que em decorrência da pandemia, circula atualmente uma frota de 708 veículos, conforme a Portaria 90/2021, atendendo a um total aproximado de 360 mil passageiros diários em todo o sistema de Transporte.
Leia a nota na íntegra:
A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informa que em decorrência da pandemia, circula atualmente uma frota de 708 veículos, conforme a Portaria 90/2021, atendendo a um total aproximado de 360 mil passageiros diários em todo o sistema de Transporte. Em relação as medidas referentes às recomendações sanitárias para a prevenção da Covid e gripe, estão sendo rigorosamente seguidas, com higienização dos ônibus e recomendação de uso de máscaras nos terminais e nos ônibus por parte dos usuários. Junto a essas medidas, a SMTT, por meio da Coordenação de Educação para o Trânsito, desenvolve atividades rotineiras de orientação e conscientização de prevenção da Covid destinado a motoristas, cobradores e usuários do transporte público.
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