Após anos se acusando pela miséria extrema no Maranhão, Roseana e Flávio Dino vão estar dividindo o mesmo palanque no qual a pobreza estará esquecida

O MDB presidido pela ex-governadora Roseana Sarney, decidiu apoiar a candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao Senado, numa espécie de “pacto pela miséria” rejeitado por boa parte do grupo Sarney e que pode ter efeitos negativos tanto na eleição de um quanto de outro, segundo o jornalista Marco Aurélio D’Eça em seu blog homônimo.

De acordo com a publicação, até 2018, Flávio Dino acusava a antecessora e o grupo Sarney pela miséria extrema do Estado, que ele jurou acabar quando assumisse o governo.

“Quanto mais abrimos as gavetas do poder, mais ficamos indignados; não havia governo, era mera aglomeração de interesses privados”, disse o socialista, apenas 15 dias depois de assumir o governo, em 2015.

Ao longo dos primeiros quatro anos de mandato, foram várias as acusações de Dino aos Sarney pelo estado de miséria extrema do Maranhão; veja o que dizia Flávio Dino em agosto de 2015, quando ainda era o queridinho da mídia nacional.

“Nós temos de fazer três séculos em quatro anos. Pretendemos mostrar que apesar das dificuldades nacionais é possível mobilizar investimentos públicos e privados capazes de elevar a qualidade de vida de populações antes submetidas a patamares de negação de direitos realmente inacreditáveis”, falava o ex-governador.

Segundo Marco D’Eça, essas porradas nos Sarney duraram até 2018.

A partir de 2019, quando o IBGE apontou números que mostraram o aumento da extrema miséria, após quatro anos de Flávio Dino, o comunista deixou de atacar os Sarney – hoje, inclusive, é difícil achar na internet falas de Dino sobre a miséria sarneysista no Maranhão.

Desde então, foi Roseana Sarney quem passou a acusar Dino pela pobreza maranhense.

Em suas redes sociais, a ex-governadora não poupava desabafos diante dos números oficiais sobre o aumento da miséria, da pobreza extrema após sete anos de mandato comunista.

“Últimos dados do IBGE revelaram o aumento da extrema pobreza no Maranhão desde 2015. Como compreender esse cenário com o Estado dispondo de um Fundo Maranhense de Combate à Pobreza que possui cerca de R$ 683 milhões em caixa?”, questionou a ex-governadora, em fevereiro de 2021, em crítica publicada nas redes sociais, conforme observou o comunicador.

“Dados do IBGE revelam que a população na faixa da extrema pobreza no Maranhão nos últimos quatro anos (2015/2019) aumentou em 400 mil pessoas”, afirmou Roseana, em uma de suas últimas postagens, em setembro de 2021.

Agora, em 2022, após milionários investimentos de Dino no Grupo Mirante e a aproximação dele com o grupo Sarney, os dois vão estar juntos no mesmo palanque, numa espécie de “pacto pela miséria”.

Curiosamente, o slogan do candidato de ambos, Carlos Brandão (PSB), é o mesmo de Roseana em 2010: “O Maranhão não pode parar”.

Mas a única coisa que não parou nesses anos todos foi a extrema miséria no Maranhão.

Culpa dele ou culpa dela?!?

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