Braide não aceita ser contrariado e tenta ridicularizar aliados impondo mudança de votos no pleito da Câmara

A disputa pelo comando da Câmara Municipal de São Luís (CMSL) está acirrada. Além de definir o sucessor do presidente Osmar Filho (PDT), a escolha também virou um confronto direto sobre quem tem o maior poder de mobilização no Palácio Pedro Neiva de Santana.

À primeira vista, pode até parecer que se trata de uma disputa entre governo e oposição. No entanto, o processo eleitoral, previsto para ocorrer na primeira quinzena do próximo mês de abril, colocou em lados opostos governo versus governo. Isso mesmo! É uma guerra entre aliados.

De um lado, um grupo formado por ampla maioria governista, se fechou em 17 parlamentares, e resolveu lançar o nome do vereador Paulo Victor. Só para se ter uma ideia, três dos quatro vereadores do Podemos – partido do prefeito Eduardo Braide, estão nessa composição.

Do outro lado, tem o próprio chefe do Executivo, contrariando o artigo 2º da CF/88, que versa sobre a independência e harmonia dos poderes, tentando interferir diretamente no pleito, inclusive, com manifestação de apoio e arregimentando votos para o candidato que tem a chancela do Palácio de La Ravardière.

Para a maioria dos apoiadores do prefeito ouvidos pelo blog do Isaias Rocha, a interferência não é boa para a democracia nem para a relação do Executivo com Legislativo. “Poucas vezes eu vi um prefeito interferir na eleição da Câmara e ter bons resultados, pois o risco é sempre muito grande”, destacou um deles.

Ao ir pessoalmente garimpar votos, Braide demonstra que o processo de escolha se transformou em algo pessoal pra ele. Sua postura carregada de “rancor e ódio” ignora até mesmo a lógica política: ora, qual o sentido de tentar esvaziar um projeto formado e sustentado com apoio da maioria dos próprios aliados de partido e grupo? Sua postura é compatível com os princípios constitucionais? Certamente, não! Mas, contra tudo e todos, ele segue batendo cabeça.

Durante o bate-papo com o titular do blog, o vereador Francisco Chaguinhas disse que não mudará seu voto e afirmou ser desnecessário o prefeito se envolver numa escolha que cabe aos próprios vereadores, tentando mudar um resultado que já é de conhecimento público. Segundo ele, o governo passou o tempo de arar a terra, passou o tempo de plantar e agora não tem nada pra colher.

A eleição da Mesa Diretora não virou apenas uma simples contenda política. Para Braide, também virou uma espécie de teste de força. Desde o último domingo (16), quando foram tornado público os votos de Paulo Victor, o prefeito tem trabalhado para mudar o cenário. No entanto, a segunda-feira (17) terminou da mesma forma que iniciou: com o mesmo placar de 17 a 14. É a prova de que “ser aliado não é ser alienado”.

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