O presidente da República, Michel Temer, em discurso agora há pouco em Brasília, pediu a suspensão do inquérito – aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – que apurará crimes cometidos por ele. Temer chamou as delações da JBS de “mentiras” e incoerências” e se referiu ao empresário dono da empresa, Joesley Batista, de “falastrão”. Por fim, Temer disse que “não sairá do governo” e fez referência a ações econômicas.
De acordo com Temer, as acusações de corrupção passiva, obstrução de justiça e formação de organização criminosa não são consistentes. Em tom claramente irritado, os acusadores contra ele estão soltos, enquanto “o país vive um clima de incerteza”. Temer se referiu a Joesley como alguém que “cometeu o crime perfeito” e afirmou que grampos – aos quais ele se referiu novamente como clandestinos (ao contrário do que diz o STF) – são clandestinos.
Como parte da estratégia de defesa, Temer claramente pautou sua fala tentando desqualificar o peso, nas investigações, dos áudios e vídeos feitos durante os depoimentos prestados pelo empresário Joesley Batista, durante acordo de delação. Além disso, Temer também minimizou a declaração, dada por ele, em que ele sugere a manutenção de “mesadas” para o ex-deputado federal, Eduardo Cunha.
Peritos que já analisaram os áudios disseram que a qualidade das gravações é ruim. No entanto, descartaram qualquer tipo de edição feita durante a fala de Temer, quando cita o pagamento de “mesadas”. O discurso de hoje de Temer foi preparado durante toda a manhã de hoje e contou com a participação direta de colaboradores, dentre eles, do senador Romero Jucá (PMDB).
Nos últimos dias, Temer se dedicou a aglutinar os apoiadores que ainda restam e a sobreviver no cargo. Enquanto isso, a maioria da população entende que o governo perdeu toda a legitimidade e que, portanto, o melhor caminho seria a renúncia.
Esta última possibilidade, pelo menos, parece cada vez mais distante…
A esperar os próximos capítulos.
OUÇA NA ÍNTEGRA O PRONUNCIAMENTO DE HOJE (20) DE TEMER