Empresas estariam faturando mais de R$ 10 milhões com sobras de cartões de vale transporte

Os créditos comprados para recarregar cartões de vale transporte e que vencem em um ano vão para a conta do SET (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís), entidade que representa as 13 empresas que operam na capital maranhense, através dos 04 consórcios, que integram o sistema de transporte público. O crédito não volta para o bolso do usuário, nem para quem compra as passagens diretamente, nem para quem dispensa 6% do seu salário para adquiri-las por meio de seus empregadores.

Documentos e planilhas aos quais o blog do Filipe Mota que também foram confirmados pelo blog do Isaías Rocha, mostram que o total de créditos expirados no período passam dos R$ 10 milhões, levando em conta apenas os dados relacionados a partir de 2016, ano em que foi realizada a licitação do transporte público.

A Dataprom, empresa que administra o SBE (Sistema de Bilhetagem Eletrônica) não informa os valores expirados dos créditos de vales-transportes. Para abrir a “caixa-preta” da bilhetagem, os vereadores Antônio Marcos – o Marquinhos (DEM) e Álvaro Pires (PMN), demonstraram interesse em colher assinaturas para criar uma CPI –Comissão Parlamentar de Inquérito, no âmbito da Câmara de São Luís.

Em 2019, TCE determinou, a pedido do SET, que todos os créditos de adquiridos por meio do Sistema de Bilhetagem Eletrônica, a contar de 31 de agosto de 2016 (antes do contrato de licitação), fossem bloqueados para que o dinheiro ficasse com as empresas

De acordo com as informações, o total da frota operante é de 912 ônibus para atender pouco mais de 177 linhas que compõem o Sistema de Transporte Coletivo de São Luís. Esses coletivos fazem 6,432 viagens por dia útil atendendo a uma demanda média de 700 mil passageiros por dia útil.

Para se ter uma ideia, as operadoras do sistema faturam nestas linhas quase R$ 5 milhões por mês. Os créditos expirados equivaleriam a pouco mais de 3% deste montante. Do total de R$ 10 milhões das verbas ‘flutuantes’ – como são chamadas essas sobras – cada uma das empresas, recebe o equivalente a pouco mais de R$ 700 mil com a divisão.

Apesar de serem beneficiadas enquanto associadas do SET, não estão incluídas nessa conta os repasses às viações que atuam em municípios da Região Metropolitana. No entanto, esse é um assunto para a próxima matéria. Aguardem!