Não bastasse o desgaste físico e emocional comum no trabalho de parto, as mulheres que dão à luz no Hospital Dr. Odorico Amaral de Matos, em São Luís, são obrigadas a enfrentar uma espera que podem durar horas ou dias por um leito na unidade de saúde.

Cinco bebês amontoados como meros pacotes em duas macas sem a menor segurança.

Uma imagem que circula pelas redes sociais mostra cinco bebês internados em um só leito, o que é proibido, por causa do risco de infecção. Os recém-nascidos ficam amontoados como meros pacotes em duas macas sem a menor segurança.

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A Resolução de Diretoria Colegiada Nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), prevê uma distância mínima de um metro entre leitos de enfermaria pediátrica – e, consequentemente, entre pacientes. O leito compartilhado é um reflexo da péssima qualidade que o prefeito Edivaldo Júnior oferece aos pacientes na capital maranhense.

Prefeitura mantém uma obra a passos de cágado no hospital.
Prefeitura mantém uma obra a passos de cágado no hospital.

A raiz dos problemas é uma reforma que deveria ter sido concluída em setembro de 2013, mas ainda se arrasta. A obra, orçada inicialmente em R$ 12 milhões, limita o espaço físico do hospital. E obriga pacientes a receber atendimento nos corredores, em meio a tapumes e placas.

ISSO NÃO É PROPAGANDA, É REALIDADE
O hospital é o mesmo em que ocorreu um flagrante, nesta terça-feira (25), de uma mãe que preferiu dormir com o filho no chão a ter que submetê-lo ao risco de queda ou a uma infecção ao ficar amontoada com outras crianças.

Para aliados do prefeito Edivaldo Júnior, o flagrante da mãe com o bebê no chão é mero “momento de intimidade”. A mesma unidade também foi usada pelo prefeito para gravação do programa eleitoral que serviram para mostrar uma saúde que só existe mesmo na propaganda.

O QUE DIZ A PREFEITURA?
Em nota, a Secretaria de Saúde disse que abriu sindicância para apurar responsabilidades sobre o caso. No entanto, as imagens, em sua maioria, são feitas pelos próprios médicos e funcionários, que não aguentam mais “o inferno que é este puxadinho”, apelido que deram ao que sobrou da unidade original de saúde em meio às obras.