O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) rejeitou a proposta da formação de uma “Frente de Esquerda” para a disputa das eleições do mês de outubro em São Luís. Foi o que o declarou a O Estado Valdeny Barros, pré-candidato a prefeito da capital pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

A Frente de Esquerda, projeto também fracassado nas eleições de 2012 e de 2014, reuniria numa só coligação, o PSTU, PSOL e o PCB [Partido Comunista Brasileiro]. As legendas definiram, juntas, candidaturas a prefeito, vice e de vereadores. A expectativa, com a proposta, era a de eleger pelo menos, representantes da esquerda no Legislativo Municipal.

O pré-candidato do PSOL, no entanto, afirmou que as legendas não chegaram a um entendimento. Ele explicou que o PSTU não teve interesse na proposta, o que inviabilizou, novamente, a aliança.

“Tentamos a construção da frente de esquerda com o PSTU, PCB e PSOL. O PSTU, por divergências nacionais, entendeu não ser possível a frente”, disse.

Valdeny Barros adiantou que apesar de as conversas com os partidos não ter avançado, o PSOL ainda busca aliança partidária para a disputa das eleições de outubro. Em 2012 a legenda disputou o pleito de forma isolada.

“Aguardamos a possiblidade de aliança com o PCB. Teremos conversa com o PPL [Partido Pátria Livre], tentando uma aliança”, completou.

Ele adiantou que é pré-candidato a prefeito e que a convenção do PSOL está marcada para o dia 20 de julho. “Estamos na fase de elaboração do programa de governo para apresentarmos em agosto. Será um programa alternativo ao continuísmo do PDT/PCdoB e ao conservadorismo do PSDB/PPS”, finalizou.

Sem resposta – O Estado entrou em contato na quarta-feira com Eloy Natan, dirigente do PSTU, para tratar sobre as eleições 2016. Perguntou sobre a pré-candidatura da sigla, sobre as discussões a respeito da formação da “Frente de Esquerda” e sobre os desdobramentos das reuniões políticas da sigla.

Ele se comprometeu em responder os questionamentos no mesmo dia, mas até o fechamento desta edição, não deu retorno.

A discussão sobre a possiblidade de formação da Frente de Esquerda entre PSTU, PSOL e PCB ganhou força na eleição de 2012, vencida pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT).

Naquela oportunidade os partidos não chegaram a um denominador comum em relação a qual nome seria o “cabeça de chapa” e as discussões foram encerradas. Cada partido lançou sua própria candidatura.

Em 2014 as legendas voltaram a sentar para discutir o projeto. Haroldo Saboia, presidente do PSOL, se opôs e o resultado foi um posicionamento duro do sindicalista Marcos Silva (PSTU).

“Pretendo fazer uma aliança com o PSOL para além de Haroldo, pois ele se acha dono do partido. Haroldo tem de entender que partido nenhum tem dono, principalmente os de esquerda, os tempos são outros”, disse.

A declaração do socialista foi encarada como uma ingerência ao PSOL, o que abriu uma crise na ultraesquerda. O projeto, foi então, pela segunda vez, fracassado.

Informações de O Estado