Professores que ensinam nas escolas da terra indígena Pindaré reclamam de demora na renovação dos contratos pelo governo do estado.

Atualmente, de um total de 86 professores, apenas 19 estão trabalhando nas escolas indígenas. É que os outros 37 professores estão sem contratos. Eles eram do seletivo de 2013 e vinham tendo os contratos renovados desde então, mas por lei, o limite de renovação dos contratos sem seletivo terminou no último dia oito.

Segundo o professor Flauberth Guajajara uma proposta foi feita para lançar um edital para a contratação de professores, no entanto nenhum prazo foi cumprido pelos gestores. “Em muitos anos antes do contrato encerrar o seletivo era feito e quando chegava o dia de encerrar já automaticamente já se dava a sequência às atividades e os professores já estavam contratados. A gestão atual desde 2015 vem tentando trabalhar a realização de um novo seletivo. Deu uma proposta em dezembro do ano passado de lançar o edital para que quando chegasse em março tudo desse ano já tivesse resolvido, mas nenhum dos prazos ou cronograma apresentado por eles foi cumprido”, revelou.

Os professores atendem 470 alunos de quatro escolas da pré-escola ao ensino médio e, mais a educação de jovens e adultos. Flauberth Guajajara afirma que o problema está causando prejuízos para os alunos.

“São imensos uma vez que tem turmas que estão totalmente sem assistir aula. Por exemplo, aqui na escola Centro de Educação Escolar Indígena Januária, o turno vespertino não está tendo aula de forma alguma. Então, estamos tendo aula só pela manhã em algumas turmas com os professores que foram contratados, três professores que estão trabalhando voluntariamente e no turno da noite que também tem alguns professores contratados. Em outras tem escolas que tem somente um professor contratado e esse único professor está dando aula”, explicou o professor Flauberth Guajajara.

Os professores reclamam ainda de falta de merendeiras e zeladores. De acordo com eles, este ano ainda não foi disponibilizada nova remessa de merenda escolar. Eles acrescentam também que a alimentação que ainda existe no estoque não suprirá nem as duas próximas semanas de aulas.

Sobre a situação dos professores, por meio de nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que realizará seletivo simplificado para contratação, e que o edital será publicado ainda neste mês. Ressalta também que, a partir de dois de maio, os novos contratados já se apresentarão e a Seduc fará a reorganização do calendário escolar. Sobre a merenda, a Seduc afirmou que o repasse será realizado ainda neste mês e que está tomando providências para a contratação de merendeiras e zeladores para as escolas.