A Operação Cayenne, da Polícia Civil do Maranhão, prendeu, nesta quarta-feira (27), quatro suspeitos de envolvimento em um esquema que desviou R$ 34 milhões da Universidade Virtual do Maranhão (Univima), ligada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectec-MA).

Segundo informações da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção, nesta manhã, foram cumpridos mandados de prisão em desfavor dos servidores Paulo Giovanni Aires Lima e José de Ribamar Santos Soares e dos empresários Inaldo Damasceno Correa e Valmir Neves Filho. O terceiro empresário envolvido, Francisco José Ferreira, não foi localizado.

De acordo com a polícia, durante o dia, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão nas mansões dos suspeitos, em São Luís. Carros de luxo, joias estimadas em R$ 500 mil e relógios de aproximadamente R$ 20 mil já foram apreendidos.

Esquema
O delegado-geral de Polícia Civil Augusto Barros explicou que o esquema beneficiava três empresas, que atuavam como fornecedoras da Univima. São elas: FJS Ferreira Comércio, Valmir Neves Filho Comércio e ID Correa Filho Comércio e Representações.

“Havia fraude de pagamentos, uma simulação de pagamentos em duplicidade concentrados em três empresas. Esses desvios vinham acontecendo através de pagamentos forjados, simulados, a empresas que eram pagas em duplicidade, pelo majoramento de pagamentos também, pagamentos que eram de valor xis, eram três xis, quatro xis, multiplicados por três, quatro vezes”, disse, em entrevista à rádio “Mirante AM”.

Barros afirma que, para não chamar atenção, o sistema de registro de pagamentos era adulterado para simular a regularidade das operações. “O próprio sistema público era modificado. Então, obviamente, que era o pagamento adicional, que era feito, e depois era anulado dentro do sistema. Isso daí gerou sucessivos desfalques, sucessivos pagamentos indevidos, o que acabou totalizando esse somatório muito elevado”, observou.

De acordo com a polícia, as anulações no sistema não eram informadas aos bancos, que efetuavam os pagamentos destinados às empresas. Como o saldo do sistema acabava com valor maior que o da conta bancária, os integrantes do esquema emitiam notas de lançamento para igualar os dois saldos, o que impedia as instituições financeiras de descobrir os desvios.

Segundo o delegado, as investigações apontam que a frade funcionava há pelo menos três anos. “Essa investigação foi iniciada a partir de alguma auditorias, de algumas informações do ano passado, mas ela voltam até três anos atrás”, afirmou.