A Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Inovação, Sustentabilidade e Projetos Especiais (Semispe), admitiu que detectou falhas no projeto das obras de urbanização da Fonte do Bispo e entorno do Anel Viário, região central da cidade.
A revelação foi feita por meio de nota enviada ao portal Imirante, no último dia 17 de fevereiro, para explicar medidas sobre os danos causados pela chuva que caíram na capital, provocando erosão e a derrubada de uma estátua.
“A Semispe detectou falhas no projeto da obra e está realizando laudos técnicos, a fim de detectar a causa dos defeitos apresentados na pavimentação do local, para assim, a atual gestão municipal solucionar o problema”, destacou o comunicado em anexo.
Na mesma nota, o órgão municipal informou ainda que duas das três baias do Terminal estavam interditadas para reparos na pavimentação asfáltica. “A intervenção é temporária e até terça-feira (23) todas as baias estarão liberadas”, revelou.
Três meses se passaram e os problemas no projeto de revitalização do local só foram se agravando. A prova do desperdício do dinheiro público veio no último dia 21, quando a Prefeitura teve que fazer uma nova intervenção no trânsito do Anel Viário para organizar o fluxo de veículos durante o tempo em que durarem os trabalhos no local.
A obra de requalificação da Fonte do Bispo busca dar uma nova vida à região do Anel Viário, reconstruindo o local com áreas de lazer, de contemplação, pequenos comércios e transporte de pessoas. Além da obra física, o projeto compreende, também, a capacitação e realocação dos comerciantes informais que atuam no local.
O projeto faz parte do Programa de Revitalização do Centro Histórico de São Luís, que visa à transformação de espaços públicos que integram a parte histórica da cidade em ambientes modernos e acessíveis à população. O investimento foi viabilizado por um acordo de empréstimo da ordem de R$ 200 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e tem como autora do projeto, a arquiteta Verônica Pereira Pires, hoje titular da Semispe, pasta que executa as obras de revitalização.
Conflito entre trágico e cômico
Além das adversidades causadas nas obras da região central da capital, várias praças também foram ‘inauguradas’ com intervenções inacabadas. A empresa responsável pela construção das praças é a mesma que toca as obras no Anel Viário: a Ducol Engenharia.
O problema, entretanto, é que a elaboração de projetos de arquitetura e urbanismo e engenharia, para construção das mais de 100 praças na cidade, foi realizada pela V.P.P. Arquitetura Ltda., companhia registrada em nome da atual secretária de Projetos Especiais – a mesma pasta que admitiu ‘falhas’ no projeto assinado pela chefe do órgão.
Deixe um comentário