O delegado Cláudio Santos Barros, responsável pelo inquérito que investiga o linchamento de Cledenilson Pereira da Silva, de 29 anos, em São Luís, disse nesta quarta-feira (8) ao G1 que a polícia ainda está trabalhando na investigação dos suspeitos. Até o momento, ninguém foi identificado.

“Não, não tem ninguém identificado. O que eu posso te falar é que é uma investigação difícil. Não é a primeira do tipo e envolve muitos supostos autores, mas estamos trabalhando para  encontrar o máximo de pessoas que a gente puder identificar”, afirmou o delegado.

Segundo Barros, o próximo passo da investigação é ouvir o adolescente de 16 anos, que foi dominado e amarrado pelos populares, mas foi poupado do linchamento.

“O ponto que eu posso antecipar é que o sobrevivente vai ser ouvido. Essa é uma das diligências, ouvir o sobrevivente. É uma identificação complicada, tensa”, avisa.

O delegado afirmou que as marcas de sangue no local do crime já estão sob análise da perícia técnica. A polícia também procura por possíveis registros de imagens, seja por câmeras de segurança ou por meio de celulares.

“Há muito sangue no local, claro, em decorrência do modo em que ele foi morto. Agora essa parte do local onde o sangue foi encontrado, isso implica em uma linha de investigação, mas estamos focando nos depoimentos, nessa parte. A gente vai se sentir mais seguro a partir do laudo da perícia técnica. A partir daí teremos mais segurança”, garantiu.

O prazo para conclusão do inquérito não foi informado. O caso está sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios e 10º do Distrito Policial (DP) de São Luís, no São Cristóvão. “O que posso dizer é que todos que de alguma forma participaram serão indiciados. A conduta de cada um vai ser individualizada e cada qual vai responder no limite do que fez”, concluiu Barros.

Linchamento
A Delegacia de Homicídios de São Luís abriu um inquérito na terça-feira (7) para identificar os responsáveis pela morte de Cledenilson. Ele foi linchado por populares após tentar assaltar um bar na segunda-feira (6), no Jardim São Cristóvão, em São Luís.

De acordo com a polícia, Cledenilson e um adolescente de 16 anos chegaram armados ao bar e anunciaram o assalto, mas foram surpreendidos pela reação dos clientes, que iniciaram luta corporal e dominaram os assaltantes.

Os dois foram amarrados com uma corda. Cledenilson foi amarrado a um poste, completamente despido e agredido até a morte por populares. O adolescente foi apreendido e encaminhado para a Delegacia do Menor Infrator (DAI), na capital maranhense.