Ao dizer que age como um ‘verdadeiro estadista’ na disputa eleitoral em São Luís, tanto no primeiro como no segundo turno, o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Othelino Neto (PCdoB) tenta amenizar o grave ‘erro diplomático’ que cometeu ao hipotecar, nos bastidores, apoio à decisão de apoiar a candidatura de Neto Evangelista (DEM), terceiro colocado na disputa pela Prefeitura da capital.

Na frente da cúpula do partido, o chefe do Legislativo estadual diz que se reserva ao direito de estadista para se posicionar na corrida eleitoral. No entanto, nos bastidores, nunca se comporta como tal. Vimos isso em vários momentos ao longo da disputa.

O primeiro deles foi quando fugiu para interior visando ignorar a convenção do próprio partido que homologou a candidatura de Rubens Júnior e, o segundo foi quando articulou apoio de Wellington a Neto Evangelista, que era o candidato apoiado pelo senador Weverton Rocha (PDT) na capital.

A submissão incondicional a Weverton Rocha levou o presidente do Palácio Manuel Beckman a colocar novamente suas digitais na disputa do 2º turno na capital. Depois de direcionar o apoio do vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Glalbert Cutrim (PDT) à candidatura de Eduardo Braide (Podemos), Othelino voltou a agir para ajudar a derrotar Duarte Júnior, candidato apoiado pelo governador Flávio Dino.

Para tanto, conforme informações obtidas por fontes confiáveis, o presidente da Alema montou uma espécie de ‘consorcio de apoios’ contra o candidato republicano. Além de Glalbert, também levou os deputados comunista Carlinhos Florêncio e petista Zé Inácio para ajudar a dar volume e impressionar, mesmo que estes líderes sejam todos eleitores do interior.

Othelino não se comporta como chefe de um poder que tem um dos representantes na disputa. Ele também não se comporta como aliado. Por isso, o chefe do legislativo estadual pode ser tudo, menos um estadista.

A postura de ‘estadista’ do presidente da Assembleia seria justificável no primeiro turno e não no segundo quando o adversário do seu grupo já está definido. Ou seja, nesta segunda etapa da disputa, através de sua postura ‘pequena’, ‘rancorosa’ e ‘mesquinha’, ele transformou Duarte em adversário e Braide em aliado.