De O Estado

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública observou distorções ao cruzar as informações da Segurança com as do sistema de Saúde. Um desses exemplos mostra que no ano de 2015, a Segurança informou que ocorreram 2.007 mortes violentas no Maranhão, enquanto que a Saúde registrou 2.438 óbitos com esse tipo de causa. Esses dados foram revelados pelo 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública no fim do ano passado.

Há informações de que essa distorção de números relacionados a mortes violentas é devido o fato de só entrar na estatística da Segurança os baleados ou esfaqueados que morrem no local do crime. Os casos em que as vítimas são socorridas ainda com vida e morrem no hospital em seguida estão sendo omitidos.

A onda de violência está instalada no interior do Maranhão. Ainda segundo os dados do Anuário Brasileiro de Segurança, enquanto na capital maranhense os casos de homicídios caíram 26,4% nos últimos três anos, nas cidades interioranas ocorreu um aumento de aproximadamente 9%.

O 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostrou, também, um aumento de 61,2% dos casos de latrocínios (roubo seguido de morte) em relação 2014 a 2015 no Maranhão. Em 2014, foram registrados 72 casos, enquanto que no ano posterior, foram 117 ocorrências.

Outro dado alarmante é em relação à intervenção policial. Um total de 60 pessoas foi morto por policiais em 2014, enquanto em 2016, foram 127 casos. Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2016 revelaram que o Maranhão tem uma das policias que mais mata no país e é o sétimo colocado no Ranking Nacional de Letalidade Policial.

Região Metropolitana

Homicídios estão sendo registrados de forma diária na Região Metropolitana de São Luís. Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) revelam que 11 pessoas já foram assassinadas a tiros ou por arma na branca este mês na Ilha. Uma média de duas mortes violentas por dia. Este ano já ocorreram 58 assassinatos.

Os últimos casos ocorreram nesta sexta-feira de Carnaval, 9, e as vítima foram dois adolescentes de 16 anos e 14 anos. O primeiro na Rua das Hortas, nas proximidades da Praça Gonçalves Dias, no Centro, e o segundo, na Vila Janaína.

Sobre o crime da Rua das Hortas, várias pessoas se aglomeraram na área com o propósito de obter informações, mas a A polícia foi acionada e isolou a área até a chegada dos peritos do Instituto de Criminalística (Icrim) e ainda controlou o trânsito na via movimentada.

O sargento Cristian, lotado no 9º Batalhão da Polícia Militar, declarou que a vítima era um estudante e estava a caminho da escola, localizada no Centro, onde participaria de um evento. Ele foi abordado por dois homens não identificados que o atingiram com três tiros na cabeça.

Segundo o militar, os tiros teriam sido de uma pistola ponto 40 e os acusados fugiram em direção ao bairro Camboa em uma motocicleta CB 300, vermelha, de placa não identificada. “As cápsulas encontradas no local do crime são de ponto 40”, declarou o sargento.

Ele informou, também, que há possibilidade de esse crime ter tido participação de integrantes de facções criminosas que aterrorizam a Ilha. O caso vai ser investigado pela Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP).

O avô da vítima, identificado como José Benedito, idade não revelada, declarou que o seu neto, no momento não estava frequentado regularmente a escola, mas, ontem, ele decidiu comparecer, já que haveria uma festa no estabelecimento colegial. Ultimamente, segundo José Benedito, ela estaria se envolvendo com pessoas de atitudes suspeitas.

O corpo da vítima foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga, para ser periciado e logo depois foi liberado para os familiares. O resultado desse exame pericial vai ser encaminhado para a Polícia Civil. O delegado Felipe Freitas, da SHPP, disse que testemunhas desse crime devem ser ouvidas pela polícia nos próximos dias. A polícia deve solicitar as imagens das câmeras de segurança instaladas na área para serem analisadas e uma possível identificação dos criminosos.