O pré-candidato do DEM à Prefeitura de São Luís, deputado Neto Evangelista, trabalha nos bastidores para obter o apoio do deputado Wellington do Curso, que foi retirado da disputa após decisão do Diretório Municipal do PSDB.
O democrata tenta construir uma frente ampla para ganhar musculatura e avançar a um provável segundo turno contra Eduardo Braide (Podemos), que lidera as pesquisas momentaneamente. Por isso, firmar uma aliança com Wellington – que sempre figurou entre os três colocados nas sondagens divulgadas até aqui, seria um importante reforço.
O problema de Evangelista, entretanto, é a contradição com seu passado. Em 2018, por exemplo, o prefeiturável do DEM subiu a tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão para enquadrar Wellington ao ponto de dizer que o colega de plenário não tinha seu respeito como gente, conforme vídeo em anexo.
O escritor francês Paul Valéry afirmou certa vez que “o problema do nosso tempo é que o futuro não é o que costumava ser”. Há certos momentos na História, como o que vivemos hoje, em que se torna mais agudo o conflito do presente com a tradição do passado e a utopia do futuro.
Creio que as palavras proferidas por Neto contra Wellington podem ser úteis para a compreensão da conjuntura atual, porém, difícil é fazer o eleitorado ludovicense entender como é que alguém poderia obter o apoio de uma pessoa que outrora não tinha o seu respeito como gente?
Em sua conhecida obra “O 18 Brumário de Luís Bonaparte”, Karl Marx afirmou que a História se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. A frase acima caiu como luva para entender o atual cenário politico da capital. O pronunciamento de Neto contra Wellington foi a tragédia. Um provável apoio do segundo para o primeiro seria a farsa.