O município de Rosário, distante a 75 km de São Luís, ficou em pânico no final semana quando surgiram os dois primeiros casos de contaminação por coronavírus em território rosariense. A preocupação tinha um motivo: assim como muitas outras cidades maranhenses, Rosário não possui respiradores, hospital adequado e pronto-atendimento. Em uma situação de agravamento da doença, o município rosariense não tem como internar pacientes.

Um levantamento realizado pelo blog com base na Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), com dados de 2018 que foi publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que muitos pacientes rosarienses da atenção básica teriam sido encaminhados para realização de exames médicos em outras cidades.

Num dos casos mais recentes, destacamos, por exemplo, o vereador Jardson Rocha (Podemos), de 40 anos, que testou positivo para a covid-19. Como o município enfrenta uma série de dificuldades para oferecer serviços de saúde, o parlamentar que apresentava sintomas de gripe, tosse e febre, resolveu procurar ajuda com uma equipe de saúde da cidade de Santa Rita, para fazer um teste rápido. Na  ocasião, entretanto, deu negativo.

Dias depois, em um novo exame realizado em uma das UPAs de São Luís, o politico testou positivo virando estatística para o primeiro caso confirmado do novo coronavírus, dos dois já registrados no município rosariense.

A autoridade legislativa não é a única a sofrer com o caos na saúde rosariense. Vários moradores relataram ao blog que as unidades hospitalares estão sem médicos ou sofrem com a falta de materiais para atender a população rosariense. Por isso, quem precisa de atendimento médico precisa recorrer às cidades vizinhas como Bacabeira e Santa Rita, para a realização de exames médicos.

População rosariense sofre com o caos na saúde

“O clima é de medo. Não temos estrutura, não temos profissionais que tenham especialização para lidar com esta situação anormal. Além disso, algumas das unidades de saúde estão sem médicos ou sofrem com a falta de materiais para atender a população rosariense”, relatou um morador da cidade que pediu sigilo da identidade temendo sofrer represarias.

Para desafogar os municípios vizinhos, o morador diz que melhor seria se a administração rosariense pudesse melhorar as unidades de saúde dos povoados e aumentar a complexidade da Unidade Mista de Saúde, que está praticamente sucateada.

“Nem todo mundo tem recurso para correr direto onde tem outros médicos ou buscar socorro em Bacabeira ou Santa Rita. A gente que tem o postinho espera os médicos dar assistência no povoado da gente”, reclamou.