Os moradores do município de Paço do Lumiar, na região metropolitana de São Luís, reclamam da demora em uma reforma na Unidade Mista do Maiobão. Muitos pacientes estão sendo encaminhados para um Posto Médico no Centro Social Urbano (CSU) e a grande procura por atendimento tem gerado superlotação.
No local, os portões fechados, nenhum trabalhador no canteiro de obras e as máquinas paradas revelam uma obra abandonada há tempos. A reforma do antigo prédio da Unidade Mista, alçada pelo valor de R$ 700 mil, e que deveria ser finalizada em 300 dias, está sendo destruída pelo tempo, coberta com vegetação.
Já são mais de três anos e o que se vê é o abandono do lugar que poderia ajudar a comunidade e esvaziar os Postos de Saúde do bairro. A vendedora de lanches Gláucia de Almeida disse que se lembra da unidade funcionando. “Tinha toda especialidade. Agora, quem quiser marcar consulta tem que acordar às 4h da manhã no inicio do mês para ser atendido no CSU. É três anos que está parado o hospital”, disse.
Se a Unidade Mista estivesse funcionando na região atenderia muita gente como a marisqueira Joana Evangelista, que com o impasse da obra acaba tendo que ir para outros hospitais. “Porque a gente tem que fazer o exame no Paço do Lumiar, chega lá a fila é imensa. Quando chegamos não somos atendidos. Eu estou vindo do CSU com três requisições de exames de rotina e só hoje consegui marcar”, contou.
Com o abandono do lugar, em várias partes há muitos resíduos sólidos. A porta da enfermaria está sendo destruída pela ação do tempo. E, enquanto o prédio não é entregue, a unidade foi transferida para outra localidade, bem menor e apertada, segundo relatos dos pacientes como o Odair de Castro, que desabafou sobre o espaço. “Aí é um sufoco. É complicado. O atendimento demora mais”, disse.
A recepção se transformou em lugar de pré-atendimento e as macas para transportar os pacientes ocupam parte das portas. Muitos usuários reclamam que devido à lotação acabaram desistindo do atendimento no Posto de Saúde. Foi o que aconteceu com a recepcionista Maise Ferreira. “Já aconteceu casos que eu fui embora porque a lotação era máxima. Então, não tinha nem onde eu pudesse sentar. Eu não iria ficar em pé passando mal”, relatou.
Enquanto isso, quem necessita de atendimento acaba tendo que esperar como a aposentada Osmarina Ferreira. Ela explicou que a Unidade de Saúde deveria voltar a funcionar onde atendia os pacientes. “Demora. O espaço é muito pequeno para todo mundo ser atendido e lá não. Lá seria melhor se voltasse para a gente que mora no Maiobão”, explicou.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que a obra da Unidade Mista do Maiobão havia sido abandonada pela construtora e que, no momento, está em andamento um processo de licitação na Secretaria de Estado da Infraestrutura (SINFRA) para a retomada dos serviços.