Dos 217 municípios do Maranhão, São Luís foi a única cidade em que o Podemos, partido da base do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), opositor ferrenho do governador Flávio Dino(PCdoB), conseguiu eleger um prefeito: Eduardo Braide. E, muito embora o chefe do executivo ludovicense tenha apregoado nos quatros cantos da cidade, durante a campanha, que estava preparado para comandar a capital maranhense, a prática mostra o contrário do discurso. Ou seja, no quesito gestão pública, o staff braidista não anda muito bem das pernas e várias gafes já foram cometidas em um interregno de menos de 60 dias de gestão, com destaque para a imperícia e desconhecimento do caso envolvendo a vice-prefeita Esmenia Miranda(PSD), que ficou mais de 15 dias afastada do cargo para assumir a titularidade da Secretaria de Educação, sem autorização legislativa.
O cenário administrativo conturbado poderia ser o ideal para que o comunismo avançasse na capital, entretanto, a pouca ou quase nenhuma habilidade de trabalhar o lado político e coletivo, mesmo com quatro dos 31 vereadores, além de vários outros parlamentares que já estão descontentes, o projeto de fortalecer o partido como principal opositor ao governo municipal pode afundar antes mesmo de 2022.
O deputado federal licenciado Márcio Jerry, que assumiu recentemente o comando da Secretaria de Estado das Cidades (Secid) até está tentando iniciar uma “disputa” por obras com o prefeito em São Luís, mas semelhante ao seu antecessor, não anda conseguindo realizar um trabalho satisfatório, afim de popularizar tanto os aliados quanto as ações do governo na capital.
Na Câmara Municipal de São Luís a onda de desgosto é muito maior que o prefeito e seus aliados podem imaginar, sendo que poderia ser ampliada, se ao invés de “blá blá blá” e “tapinha no ombro”, a cúpula comunista fizessem “gestos” – verdadeiros e práticos – para que os parlamentares realizassem o trabalho que sabem fazer nas suas bases eleitorais e em conjunto com suas respectivas assessorias.
A falta de apoio político e material de Márcio Jerry aos vereadores para que eles possam fazer uma oposição responsável dentro do Palácio Pedro Neiva de Santana, sede do legislativo ludovicense, simplesmente está beneficiando o prefeito, que dia após dia vem ampliando o número de apoiadores, inclusive, com a ala que deu sustentação ao candidato do governador Flávio Dino no 2º turno das eleições.
Desde 2014, o PCdoB – que comanda um único Estado no Brasil, ficou conhecido nacionalmente, após pôr um fim à hegemonia de 50 anos do clã Sarney no Maranhão. No entanto, 06 anos depois, por uma série de erros estratégicos e falta de habilidade politica, o partido – e o grupo – do governador maranhense começaram a sofrer alguns revés em seu projeto de poder virando, inclusive, vexame nacional com a fracassada campanha de Rubens Junior e a derrota de Duarte Júnior no 2º turno em São Luís no ano passado, provando mais uma vez que “tapinha no ombro” e “blá blá blá” não vai sustentar nenhum projeto de poder a longo prazo.