Manifestantes bloqueiam o acesso ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), a 18 km de São Luís. A reclamação maior é por conta de 200 comunidades quilombolas, que segundo os manifestantes, podem ser atingidas com a possível ampliação do programa espacial por meio de uma parceria entre os governos brasileiro e norte-americano. O grupo de manifestantes, que inclui participantes do Movimento Sem Terra (MST), ainda reúne representantes de diversos segmentos do país.
O ministro da Defesa, Raul Julgmann anunciou esta permissão do governo do Brasil aos Estados Unidos no mês de maio deste ano. Segundo ele, França, Rússia e Israel também demonstraram interesse pelo CLA.
À época, o ministro citou a dificuldade de expansão da base por causa justamente da questão quilombola, que é defendida agora pelos manifestantes. A área de 60 mil hectares foi desapropriada, restando oito mil hectares para os lançamentos da plataforma. Segundo Julgmann, com a expansão, os recursos passariam de US$ 1,2 bilhão para US$ 1,5 bilhão.
Por conta desta permissão aos Estados Unidos, os manifestantes protestam contra o Governo Federal dizendo que é uma “política de entreguismo, que fere a soberania nacional”.
Essa discussão da área das comunidades na região onde foi construído o CLA começou na década de 80. O Centro de Lançamento de Alcântara foi construído em 1983. Várias manifestações ao longo desse tempo foram realizadas, entre outras, sempre tratando da invasão de áreas quilombolas.