Segundo um levantamento feito pelo Sindicato dos Rodoviários de São Luís, de janeiro até maio deste ano, 312 assaltos foram registrados em ônibus na capital. Dentro dos terminais de integração, os passageiros reclamam da insegurança e da falta de policiamento, situação que deixa a população vulnerável à ação dos bandidos.
O terminal de integração da Praia Grande no Centro de São Luís é o que mais registra assaltos a passageiros. De acordo com Isaías Castelo Branco, presidente do sindicato, a falta de fiscalização dos terminais, deixa os usuários de transporte público vulneráveis e com medo. “O livre acesso dentro dos terminais é o que preocupa muito a gente, porque todo tipo de gente adentra esses terminais”, afirma.
Os criminosos se aproveitam da falta de infraestrutura e policiamento para praticar assaltos dentro dos terminais de integração. No terminal do Distrito Industrial, na zona rural da capital, a situação também não é diferente. “Se alguma coisa acontecer, ninguém vai poder fazer nada. A gente sabe que ninguém reage, a não ser a polícia”, diz Patrícia Fernanda, usuária do transporte público.
A sensação de insegurança se torna pior para quem precisa pegar ônibus fora dos terminais de integração. Segundo a doméstica Maria do Socorro, ter que usar transporte público em São Luís é a ter a incerteza se a volta para casa vai ser tranquila. “A gente pega ônibus aqui, mas não sabe se volta. Porque o marginal se veste bem, bem vestido, e a gente não sabe. Quando chega certa altura é que ele vai anunciar o assalto. E ai, como é que a gente vai ficar?”, questiona.
Em reflexo dessa situação, na sexta-feira (16), dois homens armados tentaram assaltar um ônibus na Avenida dos Franceses em São Luís, mas foram surpreendidos por um passageiro que estava armado e reagiu ao assalto. Um dos bandidos fugiu e outro foi capturado por populares, que ficaram indignados com a situação.
Isaías Castelo Branco afirma que a violência dos assaltos tem chamado atenção e causado insegurança aos motoristas e cobradores de ônibus. “Estao sendo bem mais violentos com relação à forma como esses marginais estão atacando os trabalhadores. Tivemos motoristas, cobradores espancados esse mês, e a categoria fica muito preocupada com isso”, afirma.