Estudo da ANP mostra quase não haver diferença entre os valores da gasolina praticados na capital

Levantamento semanal divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ligada ao Ministério de Minas e Energia, mostra o que não é novidade para os ludovicenses: praticamente inexiste diferença de preços nos postos de combustíveis da capital maranhense. O resultado dá fôlego para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) investigar possíveis aumentos abusivos dos preços dos combustíveis no Maranhão.

A última pesquisa foi divulgada na sexta-feira (13), e apontou que o preço médio do litro da gasolina ao consumidor ficou em R$ 5,411. O valor mínimo é R$ 5,250 e o máximo ficou em R$ 5,690. Dos 42 postos pesquisados entre os dias 07 a 13 de março, em 17 – quase a metade dos estabelecimentos pesquisados – o preço era o mesmo: R$ 5,399.

Quase metade dos 42 postos pesquisados o preço da gasolina é o mesmo

As denúncias de combinação de preço são antigas. Há oito anos os órgãos de controle externos apuram a prática de cartel na venda de combustíveis no Maranhão. Em 2011, a 1ª Promotoria de Justiça Especializada de Defesa da Ordem Tributária e Econômica de São Luís chegou a oferecer denúncia criminal que motivou a condenação de nove acusados.

Em 2014, a Assembléia Legislativa do Maranhão criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Combustível, que apontou indícios de formação de cartel na capital maranhense. Em 2017, a decisão mais recente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), foi pela condenação de seis pessoas físicas, 11 postos de revendedores de combustíveis e do Sindicato dos Revendedores de Combustível do Estado do Maranhão (Sindicomb-MA) por cartel e conduta comercial uniforme no mercado de revenda de combustíveis. A multa definida foi de R$ 18.681.956,64.

Em 2014, representantes da Agência Nacional do Petróleo afirmaram que há indícios de formação de cartel em São Luís

SEFAZ DEVE FORNECER DADOS

Para voltar a apurar esse tipo de prática ilegal, a Assembleia Legislativa definiu hoje (15) como vai ficar o comando da CPI que investigará possíveis aumentos abusivos dos preços dos combustíveis. O deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos), autor da proposta do colegiado, foi eleito presidente. A relatoria ficará a cargo do deputado Roberto Costa (MDB) e vice-presidência, com Ana do Gás (PCdoB).

Na primeira fase, a Comissão deve requerer informações sobre os distribuidores de combustíveis no Maranhão. Os pedidos devem ser encaminhados à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz). As reuniões acontecerão toda segunda-feira às 9:30 na Sala de Comissões da Assembléia Legislativa do Maranhão (Alema) para prestar esclarecimentos.

Condenação do Cade dá fôlego para CPI apurar denúncia de cartel envolvendo postos de combustíveis em São Luís

Para contribuir com a CPI, o blog também vai iniciar uma investigação paralela com base em documentos oficiais apontando para a formação das organizações de práticas ilícitas no mercado de combustíveis. Hoje disponibilizaremos o relatório do Cade apontando as principais irregularidades que motivaram na condenação dos envolvidos.