O ex-ministro Geddel Vieira Lima continua na cadeia, pelo menos por enquanto, por falta de tornozeleira eletrônica no Distrito Federal. Nesta quarta-feira (12), o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), autorizou Geddel a deixar o presídio da Papuda, em Brasília. Com isso, o político vai cumprir prisão domiciliar.
O desembargador também determinou que Geddel não pode ter contato com outros investigados e deverá utilizar tornozeleira eletrônica para deixar a Papuda. Mas a falta do aparelho de monitoramento ainda não permitiu a saída do ex-ministro da cadeia. O governo do Distrito Federal informou que não tem tornozeleiras porque o contrato para fornecimento do equipamento foi assinado recentemente.
MPF pede nova prisão
Enquanto isso, o Ministério Público Federal trabalha para manter Geddel na cadeia e apresentou nesta quinta (13) à Justiça um novo pedido de prisão preventiva. No documento, o MPF afirma que depoimento recente e inédito prestado por Lúcio Funaro indica que o ex-ministro praticou o crime de exploração de prestígio. Isso porque Geddel, segundo o doleiro, alegou exercer influência criminosa sobre o Poder Judiciário da União.
O MPF reafirma que Geddel estaria agindo para impedir que Lúcio Funaro firme acordo de colaboração com o Ministério Público. Para isso, “monitora” o comportamento de Funaro e de sua mulher, Raquel Pitta, para constrangê-lo a não fechar a delação premiada. O pedido foi feito pela força tarefa da Greenfield – que também é responsável pelas operações Sépsis e Cui Bono – e será analisado pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira da 10ª Vara Federal em Brasília.
Em relação ao crime de exploração de prestígio, o MPF diz que, segundo Lúcio Funaro, quando ocorreu a sua audiência de custódia, logo após sua prisão no ano passado, Geddel Vieria Lima reclamou sobre a troca de advogados do doleiro, afirmando que, com a participação de uma nova advogada, “ficaria ruim para o Juiz”.