Um dos presos na Operação Faroeste, o juiz Sérgio Humberto de Quadros, usava um homem pobre e analfabeto como laranja para embolsar o dinheiro da venda de sentenças. Ele está preso desde novembro de 2019, por ordem do ministro do STJ Og Fernandes.
O laranja do juiz, Ronilson Pires, também teve a prisão pedida pelo Ministério Público Federal (MPF). Sérgio Quadros usava uma conta aberta em nome do laranja para ocultar o destino real do dinheiro. As escutas autorizadas pela Justiça captaram diálogos do juiz mandando depositar a propina na conta de Ronilson.
O cartão do banco ficava com Sérgio Quadros e foi apreendido pela Polícia Federal durante as buscas. A quebra de sigilo bancário pela Justiça mostrou depósitos que somavam R$ 1,2 milhão, feitos através de transferências bancárias das contas de Ricardo Augusto e Walter Yukio Horita, também alvos da operação.
A PF descobriu que Ronílson mora em situação de extrema pobreza em uma casa pequena, quase sem móveis, dividida com cinco pessoas. Ele trabalha para outro laranja do juiz, Gilcy Junior, como um faz-tudo no posto de combustível, na loja Central Rural e em uma fazenda de Gilcy.
Os documentos de Ronílson ficam com Gilcy e ele recebe apenas R$ 600 por mês. Às vezes uma cesta básica. Ele contou à PF que sabe que Gilcy é “o braço direito de um juiz que trabalha em Barreiras”. O homem também revelou que recebia muitos papeis para assinar, sem saber do que se tratava, pois é analfabeto. (Com informações do jornal A Região)