A adolescente de 16 anos que foi morta nesta terça-feira (15), na Vila Aparecida, no bairro do Tibiri, em São Luís, com golpes de facão por sua vizinha, que foi identificada apenas como Ruana, de 32 anos, por conta de um lixo que foi colocado na porta da outra, foi enterrada às 16 horas desta quarta-feira (16), no Cemitério do Paraíso.

Parentes e amigos se despedem de adolescente de 16 anos durante velório em São Luís (Foto: Danilo Quixaba)

Segundo informações do companheiro da vítima, Jefferson Arouche Gusmão, 20, a principal suspeita do crime já havia discutido com a vítima anteriormente e ele pediu que a companheira tomasse cuidado, pois ele temia o pior. Ele acrescenta que o casal já fazia planos de casar e ter uma família. “Nossa pretensão era casar e ter filhos. Ter o nosso lar. Eu já tinha feito o plano da minha casa com ela. Aí veio a Ruana e matou a minha esposa. Eu quero justiça porque ela era uma pessoa de bem e Ruana foi logo agredindo a minha esposa verbalmente. Eu tirei minha esposa de perto para ela não se alterar mais e Ruana começou a implicar com ela. Ela me falou que a Ruana estava andando com faca e eu disse para ela tomar cuidado. Eu pedi para ela não ficar sozinha em casa, mas houve um descuido e Ruana fez isso”, contou.

Ainda conforme Jefferson, vítima e suspeita já teriam discutido anteriormente, e dessa vez o crime teria sido motivado por o despejo de um lixo, que ele alega ser um pretexto para que Ruana matasse Talita. Ele acredita em um crime passional, já que conforme Jefferson Ruana teria inveja de sua companheira. “Eu separei elas duas da primeira discussão delas. Eu disse para ela largar disso, os pais delas também falaram. Ela largou, mas a Ruana insistiu em fazer mal a ela e conseguiu. A discussão por conta do lixo foi só um pretexto para ela fazer mal a minha esposa. Ela tinha inveja da minha esposa. Para mim foi um crime passional”, revelou.

Jefferson, que atualmente trabalha como auxiliar de entrega, afirma que tem medo por sua vida, pois ele diz que parentes de Ruana fariam parte de uma facção criminosa e por conta disso poderiam realizar algum crime contra ele e seus familiares. Ele ainda fala que a suspeita também já ameaçou o seu irmão. “Minha mãe quer que eu venda a casa e mude de bairro. Eu tenho medo de acontecer algo comigo porque os irmãos e primos dela são de facção. Eu tenho medo deles quererem se vingar em mim, no meu pai e meu irmão. Eu nunca recebi ameaça, mas meu irmão já. Uma vez a Ruana puxou a faca para ele antes de acontecer esse crime”.

A mãe da adolescente assassinada, Eliete Ribeiro Chaves, afirma que vizinhos da vítima teriam contado a ela que ouviram Ruana falar que iria matar alguém, mas não sabia de quem se tratava. Ainda conforme Eliete, Talita teria sido ameaçada pela suspeita em frente a um supermercado. “Na semana passada ela provocou a minha filha em frente ao supermercado e Talita foi conversar com ela. A Ruana falou várias coisas para a minha filha e ainda ameaçou ela dizendo que iria dar umas pauladas nela. Uns vizinhos da Talita me disseram que ouviram a Ruana falar que iria matar, mas eles não sabiam quem era”.

Eliete ainda chegou a aconselhar a filha e pediu que ela não confrontasse a suspeita. A mãe da vítima ainda chegou a pensar em fazer um boletim de ocorrência na polícia, no entanto não houve tempo para evitar o crime, que ela considera bárbaro. “Eu dei muito conselho para ela e inclusive eu disse para minha filha não discutir com ela. Eu disse que eu resolvia a situação. Eu falei que iria na delegacia registrar um boletim de ocorrência, que não era para ela fazer nada só que não adiantou porque ela não teve dó da minha filha. Ela fez essa barbaridade com a minha filha”.

Ruana fugiu após a ação criminosa e ainda não foi presa pelos policiais. Eliete Ribeiro Chaves pede justiça. “Eu peço justiça de Deus e a justiça dos homens que ela venha a pagar para que ela não venha a fazer com outras vidas porque ela ficando em pune ela, com certeza, vai fazer com outra pessoa. Ela tem que pagar pelo o que ela fez”, finalizou.

Investigação
Segundo o delegado Jefrey Furtado, da Delegacia de Homicídios da capital, uma investigação pré-liminar será iniciada na manhã desta quinta-feira (17). Na ocasião, serão ouvidos testemunhas que tenham presenciado ou não o crime, ente elas parentes, amigos e vizinhos de Talita Ribeiro Chaves. “Nós vai começar amanhã uma investigação pré-liminar com as testemunhas deste caso. A princípio serão ouvidos os parentes, os amigos e vizinhos da vítima”.

Ainda conforme o delegado, após essa investigação pré-liminar o caso será encaminhado para a Delegacia do bairro do São Raimundo, onde será apurado todo o crime. “A Delegacia do São Raimundo é quem vai concluir o inquérito. Nós só vamos montar o esqueleto para que o caso possa ter o andamento necessário”.