Dirigente afirmou que é enganosa publicação que tenta associar, sem evidências, o envolvimento da entidade com projetos inexistentes. “Existimos há 10 anos e as ações que desenvolvemos oferecem apoio à educação”.

A educadora Isadora Pestana Rocha, 42 anos, responsável pelo Instituto Social Renascer, procurou o blog para rebater acusações que tentam associar sua instituição a uma entidade fantasma. Ela que há 24 anos reside na Vila dos Nobres, onde presta um trabalho social direcionado para as crianças carentes da região, também falou sobre a “Operação Faz de Conta”, deflagrada na manhã desta terça-feira (05), pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado – GAECO do Ministério Público Estadual em parceria com a Superintendência de Investigação Criminal – SEIC da Polícia Civil.

“É enganosa a publicação que tenta associar, sem evidências, o envolvimento da nossa entidade com projetos inexistentes. Existimos há 10 anos e as ações que desenvolvemos oferecem apoio à educação. Ou seja, nossa instituição acaba virando uma opção contra evasão escolar “, esclareceu.

Isadora afirmou que além da sede da entidade, sua residência e até uma banca que ela possui na feira do Coroadinho, também foram alvos de cumprimento de mandados de busca e apreensão. Por determinação do juiz da 1ª Vara Criminal da capital, as contas bancárias foram bloqueadas, documentos e alguns pertences pessoais, entre eles, joias e aparelhos de telefones celulares, foram apreendidos.

Visando apresentar sua versão das informações repassadas pela assessoria do Ministério Público do Maranhão (MPMA), a dirigente do Renascer esclareceu o episódio envolvendo a entidade e abriu as portas da instituição para falar um pouco do trabalho prestado junto à comunidade há uma década, bem como a estrutura física da sede própria, localizada na Rua Alberto Franco, nº 15 – na Vila dos Nobres, área periférica de São Luís.

CONHECENDO A ENTIDADE

O Instituo Social Renascer, entidade mantenedora da Escola comunitária Vila do saber, localizada na Vila dos Nobres, fundada em 2009, com sede própria construída em uma área de mais de 300m2, distribuída em oito salas de aula, banheiros, refeitório, dormitório, auditório, sala de professores, coordenação e direção.

A escola recebe 188 crianças da educação infantil, que compreende crianças de 1,5 ano a seis anos que estudam em tempo integral, ou seja, das 07:00hs às 17h30, além de 96 alunos no período parcial, que via das 07:00 as 11h45 ou das 13h15 às 17h45, e possui um quadro de 42 funcionários, entre professores, porteiros, operacionais, secretário, diretor, coordenador pedagógico e nutricionista.

JOGO RÁPIDO COM ISADORA

Com qual objetivo a entidade surgiu?

“Com o objetivo de buscar as crianças e jovens periféricos que não tem auxílio do Poder Público, porque uma criança de três anos fica fora da escola, já que não tem unidade de ensino para acolher. Então nós pegamos essa responsabilidade dentro do Instituto Social Renascer, criando, a escola comunitária Vila do Saber, sendo que parte dos nossos alunos permanecem em tempo integral, já que os pais precisam trabalhar, então essa responsabilidade nos é repassada pela família, pois são pessoas humildes e que precisam de ajuda no sentido de terem com quem deixar seus filhos para irem trabalhar. Nós estamos trabalhando em prol dessas crianças, contribuindo com o papel social que deveria ser feito pelo ente público e não é, inclusive  notificamos os órgãos de controle, através de ofício, anteriormente a este incidente, pedindo que fossemos fiscalizados, o que não aconteceu”.

Você chegou a prestar depoimento sobre o caso?

“Fui notificada pela primeira vez pelo MP, fui ouvida, não tinha nada a declarar quanto ao Certificado, porque eu também, desconheço, e quando foi na terça-feira eu deparei na minha casa com o Ministério Público e Polícia Civil, invadiram, adentrando, com maior desconforto, falta de respeito, pois se eles quisessem documentos eu teria fornecido, até porque faço um trabalho transparente, não precisando subtrair o que não é meu. Aqui no Instituto eles chegaram ao momento em que estávamos recebendo as crianças, agindo de maneira muito desrespeitosa. Ai me pergunto como o Poder Público, a promotoria, que é um órgão que fiscaliza e deveria trabalhar age dessa forma?”

Como classifica as acusações que associam o instituto a uma entidade fantasma?

“É um absurdo! Meu instituto existe. Eu desafio qualquer pessoa vim ver o meu trabalho. A Promotoria não poderia ter chegado constrangendo nossos alunos, pais e funcionários. No primeiro depoimento que prestei eu convidei o Dr. Marcos e a Dra. Clicia virem me visitar para se certificar que o trabalho existe, além disso, também trabalhamos com esporte, idosos, natação. Fazemos um trabalho belíssimo, não estou questionando o trabalho de quem quer que seja, apenas pedindo que seja feito um trabalho com responsabilidade”.

TITULO DE UTILIDADE PÚBLICA

A presidente da entidade também falou do PL 187/2017, que declarou de utilidade pública o Instituto Social Renascer, apresentado pelo vereador Honorato Fernandes (PT), aprovado por unanimidade pelo plenário da Casa, e que ensejou a Lei 6.302/2017 assinada pelo prefeito Edvaldo Holanda Júnior.

De onde partiu essa iniciativa da utilidade pública?

“Desde o início, quando fundamos a entidade tínhamos necessidade e mantê-la, porque não tenho condições. Nós não recebemos recursos de lugar nenhum, dai a necessidade de fazer parceria com órgãos públicos para custear nossas despesas, e para conveniar era preciso à utilidade pública. Então fui à câmara, informei-me sobre os documentos necessários, e como a instituição já estava no padrão eu busquei a Câmara. Lá fui a diversos gabinetes, mas os assessores não deram a devida atenção, até que fui ao gabinete do vereador Honorato e fui bem recebida pela assessora dele, que me informou que iria conversar com o parlamentar, o qual mesmo sem conhecer o meu trabalho, apostou e encaminhou ao plenário, e graças ao meu bom Deus todos os vereadores foram favoráveis”.

Você tem mais alguma coisa a dizer em relação ao assunto?

 “Sim. Aproveito para agradecer ao vereador pela concessão da utilidade pública, porque ele nos abriu as portas, contribuindo para o desenvolvimento do nosso Instituto. Convido o vereador Honorato ou qualquer parlamentar que queira conhecer de perto nosso trabalho, que as portas estarão sempre abertas, porque nossa entidade existe de fato e funciona, não tem nada fantasma. Estamos aqui todos os dias, até finais de semana às vezes trabalhamos”.

Para finalizar, o vereador Honorato indicou alguma emenda para o Instituto?

“Embora a utilidade pública tenha sido concedida por força de um PL apresentado pelo vereador, desde a nossa fundação eu não fiz qualquer tipo de parceria ou gerenciamento de emenda ou recursos públicos com o vereador Honorato, até porque o conheço de vista. Antes de ir ao gabinete dele visitei diversos outros, mas, felizmente, agindo de boa fé, ele foi o único que me deu a oportunidade para continuar desenvolvendo o meu trabalho, e estou aqui para falar a quem for necessário”.