O professor Ramon Almeida dos Santos, 27, está sendo alvo de uma estranha investigação policial, desencadeada pelo chefe do 2° Departamento de Investigação de Crimes Funcionais, delegado Marcio Fábio Dominici.
Ramon diz que tudo começou no dia 10 de fevereiro, quando leu no blog do Marco D’Eça matéria informando que o advogado Gustavo Vilas Boas, um dos integrantes da lista tríplice para vaga de juiz no Tribunal Regional Eleitoral é sobrinho legítimo do desembargador Antonio Bayma Araújo, o que caracterizaria nepotismo.
Auxiliado por um amigo, o professor decidiu impugnar Vilas Boas, no dia 26 de abril, em Brasília, onde se prepara para concurso. Tivemos acesso à petição obtida com exclusividade pelo blog do jornalista Marco D’Eça (www.marcoaureliodeca.com.br).
De retorno a São Luís, no inicio de junho, Ramon foi intimado por ordem do delegado Márcio Dominici.
O estranho da intimação é que não consta nenhum dado do procedimento instaurado, principalmente quem formalizou o pedido de investigação e baseado em que fundamento legal.
Apesar de todas essas omissões, Ramon compareceu na delegacia. Lá, diz que sofreu pressão psicológica do delegado Dominici e seus auxiliares para que declinasse a qualquer custo o nome de quem patrocinou a impugnação do candidato a juiz.
O impugnante garantiu não conhecer o advogado e revelou que só acionou o TSE por considerar absurdo o nepotismo de um sobrinho de desembargador constar da lista.
Curiosamente, mais tarde, o professor veio a descobrir, por comparação de fotos na internet, que o próprio Gustavo Vilas Boas estava presente no interrogatório.
Mas o delegado Dominici não parou aí. E decidiu intimar a própria mãe de Ramom, a senhora Prudência Neta Almeida Correa, num evidente caso de uso do aparelho estatal para atender a interesses pessoais de poderosos. Com receio de a sua mãe sofrer o mesmo constrangimento que ele sofreu, Ramon constituiu um advogado e contratou o criminalista Mozart Baldez para assumir o caso.
Segundo Ramon, Baldez não descartou a possibilidade de entrar com habeas data para saber os motivos da investigação. Assim como representar na Secretaria de Segurança Pública e na Corregedoria Geral de Polícia, uma vez que as investigações fogem aos padrões da legalidade processual penal.
O depoimento de dona Prudência seria dado na terça-feira, 13, às 9h30, mas acabou não acontecendo em função da repercussão do caso na imprensa. Os detalhes dessa história iremos contar na próxima matéria.