O bacharel em direito Roberto Elísio Coutinho de Freitas, 51 anos, foi denunciado pelo Ministério Público do Maranhão, por meio da 16ª Promotoria de Justiça Especializada, pelos crimes de tortura, maus tratos, retardamento de prestação de assistência a pessoa idosa e apropriação indébita.

Roberto Elísio está preso acusado de agredir física e psicologicamente a mãe, Joseth Coutinho Martins de Freitas, de 84 anos de idade. De acordo com a denúncia protocolada pelo promotor José Augusto Cutrim Gomes, a tortura começou há quase vinte anos. A juíza Oriana Gomes, da 8ª Vara Criminal de São Luís será responsável por julgar o caso.

Na denúncia, o promotor deixa claro que “durante anos (Roberto Elísio), expôs a integridade física e psíquica da vítima, submetendo-a a condições desumanas e degradantes, ao privá-la de cuidados indispensáveis, quando tinha o dever de fazê-lo”, diz Augusto Cutrim no pedido.

As agressões foram flagradas em vídeos, que foram publicados na internet, e chocaram a população de São Luís. Em sua defesa, Roberto Elísio disse que sofre de problemas mentais e que pretende buscar ajuda profissional.

Roberto morava com a idosa e a tratava de forma prejudicial ao seu bem-estar e à saúde, mediante agressões físicas e verbais, de modo que, ainda, retardou e deixou de prestar assistência à saúde da vítima como evidenciado nos vídeos viralizados nas redes sociais e que acarretaram na prisão do acusado.

O promotor também destacou na denúncia que o filho da vítima se apropriava dos proventos da mãe, que é professora aposentada e, ainda, recebe uma pensão desde a morte do marido.

Um contracheque da aposentada, em que o valor líquido é menor que um terço do bruto “em razão de descontos relativos a empréstimos e adiantamento de gratificação natalina consignados em folha de pagamento, que somados ultrapassam R$ 15.000,00” foi apresentado por Cutrim.

Ainda segundo a denúncia, “Roberto Elísio Coutinho de Freitas, aproveitando-se inicialmente da confiança, depois do estado de saúde fragilizado de sua mãe e do fato de ser filho único, deixou de trabalhar e passou a apropriar-se dos proventos da idosa, dando-lhes aplicação diversa, ao não os destinar aos cuidados necessários à vítima”, destacou o promotor.