O resultado do 2º turno das eleições em São Luís ganhou holofote na imprensa nacional, tendo como principal assunto a vitória do deputado federal Eduardo Braide (Podemos) para prefeito de São Luís marcando, além da derrota do seu concorrente direto, Duarte Júnior (Republicanos), um revés para o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que participou de atos e pediu votos para o republicano no segundo turno.
Apesar de Flávio Dino também sair derrotado em seu reduto, o resultado negativo para Bolsonaro é mais grave, pois ele está no cargo de presidente com uma projeção maior que do governador maranhense. Por mais que eleições municipais sejam diferentes de uma disputa nacional, um desempenho tão ruim em cidades importantes mostra perda de capital político.
Nas três maiores cidades do País, Bolsonaro pôs suas fichas em candidatos que se saíram mal. A única esperança que lhe restava nesse segundo turno era tentar alavancar o prefeito Marcelo Crivella, mas assim como Dino, Bolsonaro também fracassou no Rio de Janeiro, seu reduto eleitoral.
No balanço das eleições de 2020 que teve seu desfecho final na noite desse domingo (29), apesar do revés na capital maranhense, Flávio Dino ainda conseguiu eleger mais aliados do que Bolsonaro. Os partidos aliados ao governo maranhense elegeram aproximadamente 180 prefeituras, do total de 216 com resultado definido.
COMPARAÇÃO ENTRE OS PADRINHOS
Segundos dados levantados pelo blog, o PCdoB – partido do chefe do executivo maranhense – é o quarto que elegeu o maior número de prefeitos em todo o estado no primeiro turno, com 22 eleitos, ficando atrás do PDT (41), PL (39) e Republicanos (24), do vice-governador Carlos Brandão.
O apadrinhamento de Bolsonaro, por sua vez, sofreu um fracasso maior nas urnas. Dos 62 candidatos que o presidente pediu voto, apenas 15 foram eleitos, um baque dois anos depois do triunfo, quando o nome do presidente ganhou notoriedade suficiente para gerar uma enorme onda que ajudou a eleger candidatos em todo o Brasil.
ELEITORES MANDAM RECADO NAS URNAS
Os eleitores demostraram que estão insatisfeitos com o modelo de governar da direita e, por outro lado, não querem mais a proposta da esquerda. Ou seja, as urnas almejaram líderes dispostos ao diálogo, com uma moderação que está em consoante com expectativa que existe hoje de forma difusa na sociedade.