Uma análise nua e crua de 2022 sobre a política de comunicação comunista que poderá ocasionar outra ‘degringolada’

Secretário de Educação, Felipe Camarão usa força da mídia alternativa e faz o que Brandão não conseguiu fazer em sete anos: se destacar.

Sem sombra de dúvida, a batalha que vivenciamos na disputa municipal em 2020 foi apenas um preâmbulo da guerra que será travada em 2022, quando estará em disputa não apenas o comando do governo do estado, mas, também, a hegemonia e manutenção do poder do grupo político que está à frente do Palácio dos Leões.

Até o momento, vários nomes dentro do navio capitaneado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) trabalham nos bastidores para se viabilizarem como cabeça de chapa, com destaque para o senador Weverton Rocha (PDT), o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) e, ainda, o deputado federal licenciado e secretário de Cidades, Márcio Jerry (PCdoB). Dos três, muito embora seja o que de fato goza da confiança do mandatário estadual, Jerry é o último na bolsa de aposta, o chamado “azarão”, ou seja, o com menor possibilidade de realizar o seu grande sonho: assumir o comando do Palácio dos Leões.

2022 PODE REPETIR FRACASSO DE 2020

O jogo da disputa, comenta-se nos bastidores, deverá ficar mesmo entre o senador e o vice-governador. Por outro lado, em tese, Dino demonstra que adotará comportamento semelhante ao de 2020, quando permitiu que os aliados, em uma espécie de consórcio, tentassem se viabilizar rumo ao Palácio de La Ravardiere – sede da Prefeitura de São Luís –  e só declarou apoio na reta final ao jovem e promissor deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos), o que de nada adiantou, pois o bolsonarista Eduardo Braide (Podemos), embrulhou todos os candidatos da base governista em um mesmo pacote, tornando-se o vencedor nas urnas na capital maranhense.

Rubens Jr construiu candidatura a prefeito de São Luís, mas projeto não convenceu

Ocorre, entretanto, que essa liberdade figura apenas no plano abstrato, pois, quando feita uma rápida análise nas redes sociais dos aliados mais próximos a Flávio, percebe-se que Carlos Brandão, assim como foi Rubens Júnior, é que está dispondo da estrutura estatal para efetivar o projeto político ao qual se insere. Essa afirmação é vislumbrada com tamanha clareza que até Márcio, como um bom ‘soldado’ e ‘cumpridor de ordens’ que é, travando uma disputa política e familiar no município de Colinas, de onde ambos são naturais, não tem poupado publicações em sua página pessoal ao lado de Brandão, muito embora a percepção da leitura de algumas imagens seja diferente do texto usado para legendar as fotos.

E qual terá sido a razão do fracasso vergonhoso que Rubens Júnior e toda a cúpula comunista foi submetida e que também poderá alçar o vice-governador Carlos Brandão? Acertou quem pensou na política de comunicação. Ela tem sido o calcanhar de Aquiles da gestão dinista nos últimos anos, tendo feito com que o grupo venha pagando um alto preço a exemplo de 2020.

Mídia alternativa contribui para projetar Camarão na capital e interior

CAMARÃO FAZ CONTRAPONTO AO FRACASSO

A nível estatal, visando a atender aos princípios que regem a administração pública, os comunicadores que assumiram a função de gestores não conseguiram fazer uma diferenciação da política de comunicação de gestão pública, digo, aquela usada para potencializar a parte administrativa com a política de comunicação do gestor público, que tem o intuito de trabalhar a imagem pessoal do gestor. Para exemplificarmos o que está sendo colocado neste momento, basta responder a seguinte pergunta: dos auxiliares do governador qual vem sendo considerado o maior exponencial?

Acertou quem respondeu o secretário de Educação, Felipe Camarão (DEM). Alguém arrisca um palpite de como ele vem conseguindo tal proeza?

Aqueles mais dotados de sabedoria percebem que desde o final de 2019 Felipe vem ampliando seu espaço dentro do governo, tanto que já emplacou vários importantes aliados para seu projeto político, exatamente conciliando as duas políticas de comunicação, tendo como foco a imagem do gestor com o trabalho de gestão.

De maneira inteligente, Camarão percebeu que além de realizar ações administrativas, o dirigente precisa fazer com que seus feitos cheguem ao conhecimento do povo, usando para isso uma linguagem de fácil compreensão para o cidadão, o que vem acontecendo não só através do uso da Globo no Maranhão, mas, também, da chamada imprensa alternativa, que tem nos blogs a maior referência e, inegavelmente, força de interferir no processo  político local.

Quando a imagem fala por si, dispensa qualquer legenda

EXEMPLO DA ESTRATÉGIA INEFICIENTE 

Para mostrarmos com clareza a ineficiência da política de comunicação do Governo estadual, basta citarmos como exemplo a construção do Parque João Paulo II, no Aterro do Bacanga. Em termos práticos, mais da metade dos ludovicenses, maior colégio eleitoral no estado, não sabe que aquela obra foi idealizada e realizada pelo governador Flávio Dino, imputando ao Executivo Municipal tal autoria. A pouca ou quase nenhuma divulgação, diga-se de passagem, com uma “linguagem popular” não foi eficaz para desmistificar um dos piores adjetivos imputados aos integrantes do Partido Comunista do Brasil: que são ateus. Ora, como a administração estadual realiza uma excelente obra, que tem como objetivo render homenagens à Igreja Católica, imortalizando a vinda do Papa João Paulo II em São Luís, no início da década de 80, e essa informação não consegue reverberar de maneira positiva para a gestão comunista?

É chegada a hora do governador Flávio Dino, com toda a sua sapiência, reavaliar alguns conceitos e valores na sua forma de fazer política. Não é demitindo ou perseguindo outrora aliados que esses problemas serão saneados, a sua grandeza de estadista precisa estar além de coisas pequenas, admitindo, assim, a possibilidade de mudança no modelo de comunicação que poderá render a derrota e o fracasso ao clã dinista.