A vereadora Fátima Araújo (PCdoB) relatou, em discurso na sessão ordinária desta segunda-feira (1º), dificuldades para conseguir vagas para seu neto em escolas de São Luís, pelo fato de o menino ser autista. Segundo a parlamentar, quando se consegue a matrícula, a unidade de ensino fica apenas por quatro ou cinco meses e depois diz que não tem mais como permanecer com a criança.
“Eu tenho um neto autista. E o autismo dele é em alto grau. Por incrível que pareça, a gente não consegue escola para esse neto. Quando conseguimos matrícula, a escola fica apenas por quatro ou cinco meses e depois chama a mãe para dizer que não tem mais como permanecer com a criança, deixando a minha filha num desespero só”, declarou.
Em seu pronunciamento, Fátima Araújo relatou que seu descendente já passou por sete escolas na capital maranhense, mas nenhuma unidade de ensino conseguiu ficar com ele ao longo de todo o período letivo.
“O meu neto é um aluno muito inteligente, pois os autistas são pessoas muito inteligentes. Mas, infelizmente, o meu neto não consegue estudar. Já passou por sete escolas, mas nenhuma unidade de ensino conseguiu ficar com ele”, completou.
Na oportunidade, a vereadora lembrou algumas leis de sua autoria que asseguram direitos para pessoas com deficiência e idosas. Entre as propostas, destacou a importância da norma que dispõe sobre a criação e implantação do Centro Especializado de Jovens e Adultos Autistas do Maranhão (CEJAAM).
“É preciso que a sociedade tome conhecimento de leis em vigor em nossa cidade, pois sabemos a importância delas para garantir direitos. Em 2020, eu apresentei um projeto de lei que autoriza o Executivo a implantar o Centro Especializado de Jovens e Adultos Autistas do Maranhão (CEJAAM). Em vigor desde março de 2020, a Lei nº 6.686/2020 possibilita aos jovens diagnosticados com transtorno de espectro autista o ingresso ao mercado de trabalho, por meio de oficinas e cursos profissionalizantes”, disse.
O discurso de Fátima Araújo foi por ocasião do Dia Mundial de Conscientização do Autismo celebrado anualmente em 2 de abril. Além da data, este mês – denominado de Abril Azul – também tem um significado especial para quem trava batalhas diárias em busca de diagnóstico precoce, tratamento e, por que não dizer, aceitação do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
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