Emanuel, de Rosário, no Maranhão, foi aprovando em 20 minutos e ganhou status de “joia” no Grêmio.

Com nome envolvido no caso do menino Emanuel Ferreira, o Manu, de 10 anos, o ex-jogador Mazinho se manifestou pela primeira vez sobre a polêmica. Por já conhecer a jovem promessa da Escola do Grêmio, o tetracampeão de 1994 foi quem pediu ao Barcelona que autorizasse o garoto a treinar no clube durante o período de 23 de janeiro a 10 de fevereiro – época de férias escolares. No entanto, a situação acabou virando um problema posteriormente, pois Manu não voltou mais ao Grêmio, que acusou o Barça de aliciamento.

Mazinho recentemente abriu uma empresa para agenciar a carreira dos filhos Rafinha e Thiago Alcântara, e está de olho no mercado de novos talentos do futebol, por isso já conhecia Manu. Mas ele garante que essa história com o garoto é um grande mal-entendido. O ex-meio-campista quer que o Grêmio se retrate.

– Não estou entendendo nada dessa situação. Conheço o menino e pedi ao Barcelona para deixar que ele treinasse lá porque estava de férias, mas sem nenhum compromisso. Depois voltou ao Brasil. E agora essa acusação do Grêmio… O Barcelona não tem nada a ver com essa história. Estou esperando o Grêmio me ligar para explicar. Espero que eles se retratem – disse ao GloboEsporte.com em contato por telefone.

Mazinho pediu ao Barcelona para liberar treinos de Manu (Foto: Ivan Raupp)

A versão do Grêmio é de que Manu não se reapresentou no CT do Cristal, local onde a Escola do Grêmio realiza seu trabalho com as crianças, e vestirá as cores do Barcelona – estará por dois anos em uma escolinha ligado ao clube e depois passará a treinar nas categorias de base. Ainda segundo o Grêmio, o pai do menino, que ganhou um emprego de segurança do clube, pediu demissão nos últimos dias e pretende se mudar para Barcelona. Foi o que disse o diretor jurídico do Tricolor Gaúcho, Nestor Hein. Os gaúchos dizem que recorrerão à Fifa.

QUEM É ELE?

Emanuel, de Rosário, no Maranhão, impressiona pela qualidade técnica. Em maio de 2015, com cerca de 20 minutos, ele recebeu a aprovação entusiasmada dos coordenadores das categorias inferiores do Tricolor Gaúcho. A cada treino, reinava a certeza de que o pequeno tinha um destino traçado por seu dom: ser jogador de futebol.

Para Manu, como é conhecido o menino, tudo gira em torno da bola. O pai, José Raimundo Ferreira, conta que é só nisso que o filho pensa. No máximo, um videogame. Na tela, óbvio, futebol.

Na época, a criança chegou chamar a atenção para quem estava na Arena do Grêmio antes do duelo com o Juventude, na semifinal do Gauchão. Trocava bola com marmanjos como se eles tivessem a sua idade. A qualidade é marca registrada.

O protótipo de meia gosta de atuar pela direita, para cortar para o meio e usar a perna esquerda. Segundo o coordenador técnico da Escolinha do Grêmio, William Mikhailenko, a maneira como conduz a bola, colada no pé esquerdo, é rara para alguém que tinha apenas nove anos.