O ex-contador da Prefeitura de São Mateus do Maranhão, Washington José Oliveira Costa, foi preso, na noite de sexta-feira (20), após ter tido a prisão decretada pelo juiz titular da Comarca Marco Aurélio Marques.

Segundo a decisão da Justiça, ele teria assinado cheques no valor de R$ 110 mil encontrados em poder do suposto agiota Josival Cavalcante da Silva, conhecido como Pacovan, preso na última semana, na segunda fase da operação “El Berite”, que investiga esquema de agiotagem em Bacabal, no Estado.

Na operação, já foram presos o ex-prefeito de Bacabal, Raimundo Nonato Lisboa; os ex-secretários da prefeitura, Aldo Araújo de Brito (também ex-presidente da comissão de licitação) e Gilberto Ferreira (ex-tesoureiro); a esposa de Pacovan, identificada como Edna Maria Pereira; e o filho da ex-prefeita da cidade de Dom Pedro, Eduardo José Barros Costa.

Desvios
Os presos são suspeitos de participar de um esquema que desviou R$ 4,5 milhões da Prefeitura de Bacabal. O ex-prefeito, Raimundo Lisboa, já havia sido preso na primeira fase da operação, realizada em abril deste ano.

No esquema, o agiota empresta dinheiro às candidaturas de prefeitos durante a campanha eleitoral e após o gestor ser eleito, processos licitatórios são forjados com a ajuda de “laranjas” para desvio de verbas públicas.

Operações contra agiotagem
A investigação do assassinato de Décio Sá resultou na descoberta de um esquema de agiotagem praticado em mais de 40 prefeituras do Maranhão, encabeçado José de Alencar Miranda Carvalho e Gláucio Alencar Pontes Carvalho, pai e filho acusados de mandar matar o jornalista.

Além da operação “El Berite”, no mês de maio, foram detidos pelas operações “Maharaja” e “Morta Viva” o prefeito de Bacuri (MA), Richard Nixon (PMDB); o prefeito de Marajá do Sena (MA), Edvan Costa (PMN); e o ex-prefeito de Zé Doca (MA) Raimundo Nonato Sampaio, o Natim, além do suposto agiota Pacovan.

Em março, foi deflagrada a “Operação Imperador”, pela qual foi presa a ex-prefeita de Dom Pedro (MA), Maria Arlene Barros, e o filho Eduardo Costa Barros.

As operações são desdobramentos da “Operação Detonando”, realizada em 2012 após o assassinato de Décio Sá. O jornalista foi morto a tiros após denunciar a execução do suposto agiota Fábio Brasil, que também teria sido morto a mando de Miranda e Gláucio Alencar.